Cidade da Praia, 02 Dez (Inforpress) – O Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade Equidade do Género (ICIEG) entregou hoje, na Cidade da Praia, a lei da paridade adaptada ao Braille para mulheres portadoras de deficiências, visando informar sobre as leis para participarem na vida política.
O ICIEG fez esta entrega no momento de abertura workshop “O papel da liderança e lei da paridade no fomento à participação política das mulheres”, destinada às mulheres com deficiência, no âmbito do projeto Promover a Participação Política das Mulheres nos Processos Democrático.
A presidente do ICIEG, Marisa Carvalho, considerou ser “importante” essas mulheres terem conhecimento dessas leis, explicando que a mesma adaptada ao Braille é o primeiro documento do ICIEG adaptado desta forma e que futuramente pretendem fazer também uma adaptação com áudio.
“As pessoas com deficiências são sub-representadas na vida pública e a ideia é que elas ganham algumas competências e sejam apoiadas neste processo, para que saibam os seus direitos e conhecer as leis que as sirvam e que podem exercer os seus direitos na política”, explicou.
É que, segundo a mesma fonte, “muitas vezes” a importância da participação das mulheres na vida política tem que ver com o papel que elas tomam na sua vida privada, e a questão da tomada das decisões “é motivá-las para a sua autonomia”, para que elas possam “participar e usar as suas vozes”.
Por outro lado, Marisa Carvalho assinalou também que esta formação serve para capacitar essas mulheres sobre a importância da comunicação, ou seja, “como devem falar, comportar e actuar na liderança”, sobretudo conhecer a importância da lei de paridade, com testemunhos que já fizeram trajecto pelo parlamento.
O ministro de Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, afirmou que a maioria das pessoas com deficiências são as mulheres e também a maioria das dificuldades no acesso aos órgãos de tomada de decisões políticas são as mesmas.
“Essa dificuldade triplica quando são pessoas com deficiência e há todo sentido do estado e governo para trabalhar e lutar para que haja efectiva igualdade entre todos os cidadãos cabo-verdianos”, assegurou o ministro.
Fernando Elísio Freire avançou ainda à imprensa que assinou hoje a portaria que cria as condições para centro de cuidados para as pessoas com deficiências e para crianças, para que este centro respeitem os “stands internacionais” e haja toda a criação de condições para uma política de acesso de pessoas com deficiências ao centro com dignidade.
“Todos os centros neste momento que está a funcionar tem um ano para adaptarem as suas instalações aquilo que prevê a portaria e o governo está a trabalhar para que haja igualdade de oportunidade para todos”, apontou.
A formanda Maria Eduarda Tavares disse esperar que através desta formação possa ter conhecimentos mais activos para transmitir informações aos colegas da sua comunidade e também ter mais conhecimento de como participar vida na política deste País.
Verónica Furtado e Paula Veiga, igualmente formandas, sustentaram que com a formação adquiriram “mais conhecimentos” para poderem mostrar também que elas têm capacidade para participar na vida política como os outros.
O evento é promovido pelo ICIEG em parceria com a Associação Cabo-verdiana de Promoção e Inclusão das Mulheres Deficientes (APIMUD) e contempla cerca de 20 mulheres de cada concelho da ilha de Santiago e, segundo Marisa Carvalho, o objectivo é estendê-lo a todas as ilhas do País.
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