Espargos, 29 Mar (Inforpress) – A presidente do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) manifestou hoje no Sal determinação em reforçar o trabalho juntamente com os parceiros no sentido de atingir zero número de crianças na rua na ilha turística.
A engenheira Maria Livramento Silva manifestou essa ambição no encontro para avaliação do estado de implementação das acções e o seu impacto no cumprimento dos direitos das crianças, com os diferentes actores ligados à infância local.
A actividadeenquadra-se no plano de trabalho anual entre o Escritório Conjunto do UNDP, UNFPA e a UNICEF em Cabo Verde e o ICCA, nas diferentes ilhas e municípios, iniciando-se pelo Sal.
No debate desta tarde fez-se a apresentação do projecto com vista a melhorar as intervenções a nível de preocupações, associadas, sobretudo, a crianças em situação de rua e as diversas violações dos direitos das crianças, por forma a dar resposta às demandas da protecção da infância na ilha.
“No caso concreto da ilha do Sal, estamos a trabalhar, reforçar esse trabalho para que haja menos, senão zero crianças na rua, porque o lugar da criança é na escola, conforme o nosso lema, e com o nosso esforço vamos fazer isso”, reiterou, almejando também, fazer “mais ainda” para que o abuso sexual de crianças “deixe de ser uma realidade”.
Maria Livramento Silva aproveitou a oportunidade para destacar as relações entre o ICCA e diferentes instituições, nomeadamente a procuradoria, tribunal, Polícia Nacional, Delegacia de Saúde, nos casos de abuso sexual de menores.
“E que continuemos com essa colaboração para que, realmente, a criança seja a prioridade, tratada com prioridade, que todas as denúncias sejam dadas devido tratamento e em tempo útil, e os prevaricadores sejam punidos”, concretizou.
O responsável do Escritório Conjunto do UNDP, UNFPA e a UNICEF em Cabo Verde, Jairson Gomes, considerou por sua vez, que Cabo Verde já fez “grandes esforços e avanços” para garantir às crianças os seus direitos básicos, nomeadamente à saúde, educação, aos serviços sociais básicos, à justiça, entre outras valências.
“Enquanto exista uma criança fora da escola, uma criança maltratada, vítima de abusos sexuais, sem acesso a um serviço básico de saúde, com acesso desigual às oportunidades de educação ou uma criança vivendo na pobreza, significa que não acabamos o nosso trabalho”, ponderou.
O ICCA e as Nações Unidas aproveitam a oportunidade para um encontro de sensibilização, esta terça-feira, com os operadores turísticos, em Santa Maria, para engajamento no plano nacional de combate à violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes, mediante apresentação do “Código de Conduta Mundial para a Protecção das Crianças Contra a Exploração Sexual em Viagem e Turismo”.
SC/CP
Inforpress/Fim