Cidade da Praia, 10 Dez (Inforpress) – O porta-voz do grupo parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD-poder), Alcides de Pina, reiterou hoje que Cabo Verde está a viver um “bom momento”, dizendo que os últimos dados referentes à governação do país apontam nesse sentido.
“O último relatório do BCV [Banco de Cabo Verde], saído há dias, avalia favoravelmente o desempenho do Governo em relação à economia nacional que manteve uma boa dinâmica no terceiro trimestre e recomenda a manutenção da orientação actual da política monetária que vem sendo exercida por este Governo”, precisou o vice-presidente do grupo parlamentar do MpD, que ainda ressaltou o último relatório do Índice de Desenvolvimento Humano em que Cabo Verde subiu dois lugares.
Alcides de Pina fez essas considerações em conferência de imprensa hoje, na Cidade da Praia, em que apresentou o balanço das jornadas parlamentares, com vista à preparação da sessão plenária que se inicia esta quarta-feira.
Lembrou que, neste momento, uma delegação cabo-verdiana se encontra em Bogotá, Colômbia, a participar num fórum mundial da ONU, donde, segundo o responsável político do MpD, “daqui a dois dias os cabo-verdianos serão bafejados com a elevação da Morna a Património Imaterial da Humanidade”.
“São ganhos assinaláveis que o país vai tendo e que mostram, de facto, o bom momento desta governação MpD”, assinalou Alcides de Pina.
Segundo ele, a sessão deste mês tem dois pontos “mais essenciais”, ou seja, o debate com a ministra das Infra-estruturas e a aprovação, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2020.
“Em relação ao OE, queria dizer que estamos abertos à proposta de melhoria que a oposição tem para nos apresentar”, sublinhou o dirigente da bancada que suporta o Governo no Parlamento, mas vai avisando que não são apologistas de cortes, “este frenesim com que a oposição nos vem brindando em cada orçamento, propondo cortes às cegas, sem olhar para a estratégia e todo o processo na elaboração do orçamento”.
De acordo com as suas palavras, o PAICV chega a ponto de sugerir “que se façam cortes nas rubricas para o pagamento de salário aos médicos estrangeiros que prestam serviços em Cabo Verde na área de saúde”.
Questionado sobre as propostas do partido da estrela negra, no sentido do aumento salarial, por exemplo, respondeu que o PAICV tem “todo o direito de propor”, mas “tem também de apresentar as soluções para estes aumentos”.
Relativamente à isenção de impostos aos deslocados de Chã das Caldeiras que decidiram investir na localidade, é de opinião que o seu grupo parlamentar “está aberto” a tudo que acrescente valor à governação.
“Se a proposta [do PAICV] tiver o sentido de incrementar actividade comercial e dar mais incentivos às empresas que neste momento estão em Chã das Caldeiras, não teremos problema em acolhê-la”, assegurou Alcides de Pina.
Na sua perspectiva, a actual proposta de orçamento apresenta uma diferença de mais de 20 milhões de contos, o que, segundo ele, “denota claramente a preocupação de um Governo preocupado com as questões sociais do país, as empresas, as famílias e com o desenvolvimento das regiões”.
“Estão reunidas as condições para termos um bom orçamento de 2020, à semelhança dos orçamentos que vêm sendo implementados por este Governo”, realçou o secretário-geral adjunto do MpD.
No que tange ao debate sobre as infra-estruturas, afirmou que o Governo recebeu uma “pesada herança” do executivo anterior que, nas suas palavras, “endividou o país para níveis incomportáveis” para um país pequeno como Cabo Verde.
Lembrou que hoje o arquipélago faz parte da lista dos 20 países “mais endividados do mundo, fruto de obras muitas vezes sem retornos económicos e financeiros”.
“E, este Governo, pensando nas gerações futuras, e no verdadeiro desenvolvimento de Cabo Verde, no crescimento harmonioso dos nossos municípios e ilhas, mudou de paradigma em relação àquilo que achamos sobre a infra-estruturação do país”, acentuou o deputado, para quem hoje se está, pela primeira vez, a “valorizar” as cidades criadas por decretos, referindo-se à decisão do Governo anterior.
Segundo ele, são as “tais obrinhas” que, assim, apelida a oposição, “vão mostrando que, de facto, Cabo Verde está em obras”.
“Temos os municípios com outras dinâmicas. Por todo o país há obras, as mais diversas, que visam, de facto, mais condições para o desenvolvimento turístico e desenvolvimento empresarial a nível local”, concluiu o eleito nas listas ‘ventoinha’, mostrando que os seus colegas de bancada estão “tranquilos” em relação ao debate na área das infra-estruturas.
LC/CP
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