Governo previne conselho da RTC que empresa vai contar apenas com recursos do contrato de concessão de serviço público

Cidade da Praia, 17 Jul (Inforpress)- O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças preveniu hoje o novo conselho de administração da RTC de que não vai poder contar com os recursos do Orçamento do Estado, para além dos recursos do contrato de concessão de serviço público.

Olavo Correia fez este alerta durante o acto de empossamento do novo conselho de administração da Rádio Televisão Cabo-verdiana (RTC), constituído por Policarpo de Carvalho, para presidente, Margarida Fontes e Carlos dos Reis, para administradores executivos.

O governante assegurou que a empresa poderá continuar a contar com o apoio do Governo a encontrar os meios que vai necessitar para continuar a modernização da própria instituição, mas não no quadro dos recursos do Orçamento do Estado.

“Com base no plano de negócio que irá apresentar aos financiadores, nós estamos disponíveis também para viabilizar o financiamento, concebendo garantias ou participando com outros instrumentos para viabilizar. Não contem com o recurso do

Orçamento do Estado para além dos recursos previstos no limite da lei, ao nível de contrato de concessão de serviço público”, disse, acentuando que estão disponíveis para ajudar a viabilizar o financiamento, mas no quadro da RTC enquanto empresa pública.

Olavo Correia parabenizou a nova equipa e espera que esta seja capaz de fazer da RTC uma imprensa independente , que promova informação livre e que promova o conforto de opiniões e não seja um amplificador de tudo aquilo que acontece nas redes sociais.

Presente no acto, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, disse que hoje estão a fazer história pelo facto destes novos membros terem sido escolhidos pelo conselho independente da RTC.

Diante disso, alertou para os desafios que a nova equipa terá pela frente, ligados à “imparcialidade, à diversidade de vozes, à riqueza de conteúdo”, e a fazer desta empresa uma instituição “vocacionada para a produção de conteúdos jornalísticos de qualidade”, mas também para a produção de “conteúdos diversificados” que sejam de interesse nacional.

“O vosso desafio é ambicioso, porque estamos num momento de transição em que a RTC perde parte das suas infra-estruturas para Cabo Verde Brodcast, porque a Cabo Verde Brodcast acaba por passar a ser a empresa que gere as infra-estruturas de transmissão de sinal e de gestão”, disse, informando que esta decisão foi aprovada no Conselho de Ministros realizado na quinta-feira, 16.

Com a aprovação do “plano de swit off” do canal analógico, segundo o ministro, significa que a partir do dia 28 de Janeiro todos os canais nacionais de sinais abertos passam a partir das infra-estruturas do Estado, através da CVB, a ter acesso nacional.

Depois de ouvir os desafios que a empresa tem pela frente, o novo presidente da RTC, Policarpo de Carvalho, prometeu tornar esta empresa mais sustentável, apostando na qualificação dos recursos humanos, num novo modelo de negócio e na tecnologia de informação e comunicação.

“Nós pretendemos aumentar a produtividade da empresa e para tal vamos apostar numa forte formação do pessoal para que possamos produzir mais e melhor. Pretendemos ver o plano de negócio da empresa transformado numa alternativa mais credível, mais sustentável para que possamos passar a produzir novos serviços para a empresa”, completou.

Ainda, ajuntou, pretende que a RTC seja uma empresa que preste “muito mais serviços de cidadania”, que aposte no jornalismo de investigação, da ciência e dê mais atenção à cultura e às artes.

AM/JMV

Inforpress/Fim

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