Cidade da Praia, 23 Set (Inforpress) – O Governo e o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas assinaram hoje um protocolo de cooperação, orçado em 1,5 milhões de dólares, para o reforço do programa alimentar escolar no País.
Na sua intervenção após o acto de assinatura, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, Miriam Vieira, afirmou que esta parceria traduz aquilo que tem sido o esforço do Governo, na mobilização de recursos para criar medidas de mitigação dos impactos face às mais diversas crises globais que tem tido repercussões enormes no desenvolvimento de Cabo Verde.
Segundo a governante, os parâmetros da implementação e as acções enquadradas no âmbito deste acordo contribuirão para o reforço das medidas empreendidas pelo Governo, com vista ao incremento da segurança alimentar e nutricional de Cabo Verde, em especial para o reforço do Programa Nacional de cantinas escolares.
Conforme lembrou, Cabo Verde vem sendo assolado pelas secas cíclicas devido às alterações climáticas, que por sua vez tem causado desafios não apenas relacionados com o sistema alimentar, mas também relacionados com o bem-estar da população e o desenvolvimento socio- económico do país.
“Este reforço alimentar irá auxiliar os esforços nacionais na mitigação dos impactos negativos advenientes com a guerra no leste europeu. Visa a operacionalização da distribuição de géneros alimentícios em 788 escolas do país beneficiando mais 89 mil estudantes”, afirmou, referindo que, no âmbito desta parceria, está prevista uma assistência e aquisição de alimentos por parte do PAM, visando garantir o reforço da governança em matéria de segurança alimentar nacional.
Por seu turno, o director regional do PAM, Christopher Nikoi, destacou a forma “exemplar” como Cabo Verde tem conseguido ultrapassar os desafios com a implementação do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
“É uma grande honra para mim estar em Cabo Verde hoje a participar na assinatura deste memorando no âmbito do apoio alimentar para o reforço da cantina escolar. Para nós, Cabo Verde representa um caso de sucesso no sector da segurança alimentar, em particular o programa na área da educação”, declarou.
Reconheceu, entretanto, que este sucesso é graças ao compromisso e a determinação dos governantes no cumprimento dos objectivos.
“Estamos muito orgulhosos com a forma como Cabo Verde tem trabalhado nesta área. Não há dúvidas que é o melhor programa existente na Africa Ocidental e estamos felizes por fazer parte desta parceria neste período difícil que o país enfrenta”, concluiu.
Por sua vez, o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, enalteceu a importância desta parceria que, lembrou, insere num conjunto de medidas aprovadas pelo Governo na mitigação dos efeitos das crises que tem afectado o país.
“A alimentação escolar é importante porque visa uma camada vulnerável que sao as crianças em processo de aprendizagem e que alimentando melhor, reforçando as cantinas escolares estaríamos a atingir pouco mais de 20% da nossa população. É uma medida muito concreta, os resultados estão à vista, os produtos começaram a chegar, a serem inclusive utilizados e queríamos regozijar com as decisões tomadas”, asseverou, afiançando que o Governo tudo fará para administrar muito bem esta ajuda.
Em Cabo Verde, o Programa Nacional de Cantina Escolar foi iniciado em 1979 com o apoio do PAM para aumentar as matrículas escolares, combater a fome e cobrir as necessidades nutricionais dos alunos.
Em 2010, quando Cabo Verde transitou para um país de rendimento médio, o programa tornou-se totalmente administrado pelo Governo, tornando-se o primeiro programa nacional de alimentação escolar na África Ocidental.
Actualmente, este programa abrange 788 escolas e apoia 89.715 alunos do pré-escolar, primário e secundário que representam 16% da população total.
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