Cidade da Praia, 15 Jun (Inforpress) – A presidente da fundação “Sima Júlia”, Teresa Mascarenhas, chamou hoje à atenção para a necessidade do combate das diversas formas de violência cometidas contra as pessoas idosas.
Essa chamada de atenção surge por ocasião do Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, que se assinala hoje, uma efeméride criada em 2006, pela Organização das Nações Unidas e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa.
O objectivo é promover reflexões sobre esta questão social sensível e sensibilizar a sociedade para o combate das diversas formas de violência cometida contra a pessoa idosa.
A presidente da Fundação “Sima Júlia” aproveita a data para alertar as pessoas, sobretudo, os familiares, para a necessidade de se cuidar dos seus idosos, sobretudo, neste momento da pandemia por forma a garantir que essa camada viva uma vida com mais dignidade e com mais saúde.
“Muitos idosos têm alguma dificuldade mesmo a nível financeiro, as vezes há violência doméstica que é uma violência silenciosa. Normalmente, os idosos nem sempre sentem a coragem de denunciar, as vezes há discriminação por causa da idade. E por causa também da diminuição da capacidade intelectual e psicológica muitas vezes são mal interpretados e nem sempre os cuidadores dão uma atenção especial mesmo a nível da locomoção”, disse.
Na forja dessa fundação, criada em finais de 2018, com objectivo de apoiar e sensibilizar a sociedade cabo-verdiana sobre a problemática dos idosos em Cabo Verde está o lançamento de uma campanha de sensibilização intitulada “Dá-me a tua ternura que eu te dou a minha experiência”.
Esta campanha, cujo lançamento estava previsto para Fevereiro e foi adiada devido à pandemia da covid-19, visa, essencialmente, fazer com que a sociedade, e particularmente as famílias cabo-verdianas lancem um novo olhar positivo de resgate do amor, respeito, dignidade e de valorização dos seus idosos contribuindo, assim, para um envelhecimento saudável e digno em Cabo Verde.
“Em Cabo Verde temos muitos idosos que vivem sozinhos e em situação de exclusão e de carência afectiva, emocional, de cuidados e económica. Então queremos lançar essa campanha para sensibilizar desde os mais pequeninos da importância de um abraço, do respeito e da valorização por tudo o que fizeram e representam nas suas vidas”, disse Teresa Mascarenhas.
De acordo com a ONU “todos os anos se registam vários casos de abuso contra os idosos e muitos mais acontecem em silêncio, sem conhecimento público”, pelo que, ao celebrar esta data, a organização lança como desafios parar os abusos verbais, e emotivos, financeiros e corporais e promover a integração e o bem-estar do idoso”.
A ONU relembra também que a discriminação etária é uma grave violação dos Direitos Humanos, exigindo o empenhamento dos governos, das instituições e da população para mudar a situação.
Este ano, a data é assinalada em meio à pandemia de covid-19, situação que tem tido impacto particular sobre esta camada social de alta vulnerabilidade à doença e que tem causado “medo e sofrimento incalculáveis para as pessoas idosas em todo o mundo.
MJB/CP
Inforpress/fim