Cidade da Praia, 18 Mai (Inforpress) – A integração regional dos países africanos que fazem parte da Organização Internacional da Francofonia (OIF) é “fundamental” para a competitividade e o desenvolvimento da África, consideraram hoje os conferencistas da 26ª Assembleia Parlamentar Regional de África da Francofonia (APF).
Neste segundo e último dia do encontro, o debate iniciou-se com uma declaração do ministro adjunto para a Integração Regional, Júlio Herbert, face ao painel “Francofonia: Uma ponte para a integração económica em África”, seguindo-se duas comunicações cujo foco centrou-se na integração e na relação dos sectores transportes e comunicação para o desenvolvimento económico da África.
Responsável pela apresentação do tema “Francofonia: Uma ponte para a integração africana”, Victor Borges, começou por falar da língua francesa que une os francófonos e do seu aprofundamento a nível regional, apesar de ligar e facilitar a troca de comunicação entre vários falantes em vários países.
“A francofonia não deve ser vista apenas como uma língua, mas sim como uma ponte para a promoção e partilha de valores políticos, culturais e de solidariedade entre os homens e os países. Deve ser visto como uma oportunidade para a melhoria da qualidade da democracia, melhoria de práticas de governação, reforço do papel da sociedade civil e aceleração do desenvolvimento”, disse.
Victor Borges, que considera que com estas práticas os países que formam a OIF conseguem fazer a integração da África, recomendou ainda a realização de mais pesquisas endógenas e o reforço de mecanismos de debate a vários níveis sobre a integração.
Por sua vez, o presidente do conselho de administrativo dos Aeroportos e Segurança Aérea, Jorge Duarte, que abordou o tema “Transportes e comunicações: factores de desenvolvimento económico da África”, considerou a criação de uma linha aérea comum como um importante factor para o desenvolvimento que se almeja.
A África, segundo disse, pelas suas caraterísticas e pela situação real em 2018, baseando num crescimento (PIB) à volta de 3,6 em 2017, deve concretizar a sua visão de construir uma África integrada, próspera e pacífica, conduzida pelos seus numa força dinâmica na arena internacional.
“A agenda 2063 estabelece bases que recaem sobre uma África próspera baseada num desenvolvimento inclusivo e sustentável, um continente integrado e politicamente unido com base nos ideais do pan-africanismo e do renascimento da África, assim como um espaço para um governo continental a ter lugar em 2023 e facilitação para a livre circulação de pessoas”, realçou.
O comércio intra-africano nesta altura, indicou, terá aumentado três vezes, pelo que deve servir para a existência de uma zona de comércio livre continental, uma união aduaneira de África, um mercado comum africano e uma união comunitário já não será sonhos até 2063.
Nos tempos de hoje, sublinhou, os transporte e comunicações têm um “papel importante” na integração e na economia de qualquer continente, pelo que, defendeu, é preciso haver conectividade entre os recursos humanos e técnicos.
No debate os participantes manifestaram o seu apoio à integração regional por ser um veículo “fundamental” para ajudar África a aumentar a sua competitividade, diversificar a sua economia de base e criar emprego suficiente para uma população jovem e uma urbanização acelerada.
A 26ª Assembleia Parlamentar Regional de África da Francofonia (APF) continua os trabalhos no período da tarde com o debate do tema “Segurança em África”, seguindo-se o encerramento às 16:30 pelo Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos.
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