São Filipe, 23 Nov (Inforpress) – O projecto de conservação das aves marinhas de Cabo Verde, promove de hoje até 04 de Dezembro, na ilha do Fogo, um workshop de capacitação técnica dos técnicos das organizações não governamentais e das áreas protegidas envolvidos neste projecto.
O director executivo do Projecto Vitó, Herculano Dinis, disse à Inforpress que o objectivo do workshop é reforçar a capacidade de toda a equipa envolvida, quer nas ilhas como também nos Ilhéus de Cabo Verde, assim como promover troca de experiências entre vários técnicos envolvidos neste trabalho de conservação das aves marinhas.
A parte teórica do workshop decorre em São Filipe até o dia 28 de Novembro e a parte prática na ilha do Fogo e nos Ilhéus Rombos de 29 de Novembro a 04 de Dezembro.
Este é o segundo workshop organizado no âmbito do projecto de conservação das aves marinhas de Cabo Verde iniciado em 2017 e término previsto para 2022, mas em moldes diferentes já que neste o número de técnicos e parceiros envolvidos aumentou consideravelmente em relação ao primeiro encontro realizado em 2018.
Ao todo, participam 25 técnicos de praticamente de todas as ilhas de Cabo Verde, e de várias organizações não-governamentais (projecto Vitó, Biodiversidade de Sal, BiosCV de Boa Vista, Lantuna de Santiago) e das áreas protegidas de São Nicolau, Santo Antão e do Fogo e técnicos da Universidade de Barcelona (Espanha), não estando representado técnicos de São Vicente e do Maio.
Segundo Herculano Dinis, durante o workshop será analisado a questão de monitorização e o controlo das ameaças, quer sejam as no mar como na terra, nomeadamente homem, gatos, problema de iluminação e todas as demais espécies de ameaças para as aves marinhas.
O professor de Zoologia da Universidade de Barcelona, Jacob Gonzalez Solis, que há mais de 10 anos trabalha em Cabo Verde em colaboração com autoridades ligadas ao sector do ambiente na conservação das espécies endémicas do país e na sua conservação, disse que este workshop “é fundamental” para a conservação das aves marinhas de Cabo Verde.
O país tem oito espécies reprodutoras de aves marinhas e, neste sentido, é “extremamente importante para reprodução das aves marinhas no contexto de Atlântico”, indicou, observando que destas oito espécies, cinco são espécies e subespécies endémicas de Cabo Verde e a sua conservação depende totalmente do esforço que o Governo, as ONG e população estão a fazer para a sua preservação.
“Temos que ter em mente que algumas espécies como a Fragata foi extinta devido as actividades humanas, o desenvolvimento urbanístico, e não queremos que isto volta a acontecer com as oito espécies”, disse o especialista, indicando que este workshop está a reforçar esta ideia de que as ONG e técnicos devem melhorar as suas capacidades e o seu conhecimento para a conservação das aves marinhas.
Além deste workshop, o projecto Vitó programou para Novembro um conjunto de actividades, nomeadamente a castração de gatos na ilha do Fogo.
JR/CP
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