Ilha do Fogo: Situação do Deimos é estável e não há risco de poluição nem de inoperacionalidade do porto 

São Filipe, 15 Nov (Inforpress) – A situação do navio Deimos, encalhado desde o dia 13 nas imediações do porto de Vale dos Cavaleiros, é estável neste momento e não há risco iminente de poluição do meio ambiente marinho e de inoperacionalidade do porto.

Esta informação foi avançada hoje, em São Filipe, pelo vogal executivo do Instituto Marítimo Portuário (IMP) Manuel Claudino Monteiro, na sequência de um encontro com as autoridades marítimas nacionais, nomeadamente, portuárias, Polícia Nacional, do Instituto de Investigação de Acidentes Marítimos e outros, para defender o interesse público.

Monteiro indicou que o interesse público maior que existe desde a altura da ocorrência do acidente é prevenir a poluição do meio ambiente marítimo, mas também evitar que haja uma situação de inoperacionalidade do porto de Vale dos Cavaleiros como resultado deste encalhe.

“Em termos de segurança, não há risco iminente de poluição do meio ambiente marinho apesar de o navio ter nos tanques de combustíveis cerca de 70 toneladas de gasóleo, porque os tanques são elevados, cerca de um metro acima do fundo do navio”, disse o responsável do IMP, indicando que o navio está completamente assente em cima de rochas do tipo calhau e a menos de dois metros da terra.

A casa de máquinas do navio está inundada parcialmente com água do mar porque, explicou, ocorreram furos no fundo navio derivado do encalhe, tendo neste momento quatro furos, um dos quais ocorrido à popa logo após o acidente e outros três devido à acção do mar durante os três dias, estando o navio a quatro metros da água pelo que não há risco de inundação. As cargas estão ainda intactas porque não há água no interior do porão e não há risco maior de avaria na carga, disse.

“Nas condições actuais não há risco de poluição com o combustível a bordo. Houve um rombo no primeiro, localizado nas proximidades da casa de máquinas do navio onde se encontram os óleos, combustíveis, água-oleosa e não combustíveis dos tanques”, disse Manuel Claudino Monteiro, indicando que a casa de máquinas está parcialmente alagada.

A seguradora do navio e da carga já assumiu a responsabilidade da remoção do navio nos termos da legislação marítima cabo-verdiana e uma equipa de mergulhadores e de especialistas em arquitectura naval, constituída por técnicos nacionais e estrangeiros, chega esta segunda-feira à ilha para reforçar a equipa técnica que está a trabalhar desde o dia do encalhe, para preparar um plano de salvamento do navio de forma a evitar que qualquer intervenção de remoção venha a representar um risco maior de poluição.

“Vamos continuar a seguir de perto a situação, independentemente de ela ser conduzida pela administração do porto ou, a pedido da seguradora, por uma equipa especializada em salvamento que venha a ser contratada pelo armador”, disse o vogal executivo do IMP, sublinhando que a instituição fará o acompanhamento e supervisão e que só autorizará uma operação de salvamento a partir do momento que estejam garantidas todas as condições de segurança para o porto, as costas, as águas e o País.

Com relação ao “timming” para a operação de remoção do navio, este espera que seja antes do final desta semana e com o reforço da equipa de coordenação vai-se estabelecer o plano com medidas preventivas que tem de ser tomadas a bordo, nomeadamente, analisar se há necessidade de se fazer a trasfega dos combustíveis (70 toneladas) para a terra para prevenir a poluição, assim como ver se há a necessidade de retirar parte da carga para aliviar o navio e permitir aos dois rebocadores fazerem o trabalho.

A equipa de especialistas vai analisar a questão de mergulho e tomar medidas para eliminar os furos e garantir a flutuabilidade do navio, referiu o responsável do IMP, observado que “são medidas que levarão o seu tempo de acordo com a capacidade de mobilização dos meios necessários para o salvamento do navio”, salientando que no local “não há rochas salientes que possam perigar a remoção do navio com risco de agravar a situação da avaria no fundo”.

Quanto às causas, aquele responsável disse que a sua determinação implica um procedimento de investigação e um procedimento administrativo que têm de ser instaurados além de um relatório elaborado pelo capitão do navio que descreve os factos e as circunstâncias em que ocorreu o acidente, lembrando que houve uma avaria na máquina principal do navio que esteve na origem deste acidente.

O inquérito irá ser instruído e averiguada a causa por uma entidade nacional competente em matéria de investigação, estando neste momento na fase de recolha dos dados para se instruir o processo.

Com relação à tripulação, todo o pessoal está em terra e não há risco de vidas humanas e desde a data da ocorrência foram feitas várias medidas de segurança para evitar um risco maior tanto para o ambiente como para o porto.

JR/HF

Inforpress/Fim

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