São Filipe, 02 Mai (Inforpress) – O município português de Palmela vai oferecer a São Filipe o primeiro carregador de carros eléctricos da ilha, disse à Inforpress o presidente da câmara de Palmela, Álvaro Amaro.
O autarca português, que se encontra em São Filipe a convite do seu homólogo para participar das festividades da bandeira e do Dia do Município de São Filipe, lembrou que os dois municípios têm uma longa tradição e que se está prestes a celebrar 25 anos da geminação e cooperação descentralizada.
“Apesar dos ciclos políticos e com protagonistas diferentes em que as coisas, muitas vezes, arrefecem um pouco, pelo menos desde 2014 tenho procurado manter e aprofundar esta relação de cooperação e amizade entre Palmela e São Filipe”, disse Álvaro Amaro, sublinhando que tem vindo nos últimos anos a reforçar a cooperação.
O seu município, segundo o mesmo, tem procurado receber comitivas de São Filipe, disponibilizando-se para a formação técnica e para uma cooperação muito mais concreta.
“Temos trabalhado na área da educação e agora temos apostado nas áreas de eficiência energética, do ambiente, da recolha de resíduos, da iluminação eficiente e na formação e capacitação das pessoas”, referiu o autarca, salientando que na área de saúde o seu município está também disponível para cooperar com São Filipe.
Álvaro Amaro disse que existem outros desafios e noutras áreas de cooperação perspectivando os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável em que ninguém pode ficar para trás.
“Embora ainda há necessidades básicas para as quais estamos disponíveis para cooperar e capacitar, sobretudo deixar o conhecimento e auto sustentabilidade na gestão dos processos. Pensamos que é importante recuperar o tempo”, defendeu o autarca, lembrando que as sociedades “ditas desenvolvidas” são aquelas que mais poluem, mais energias consomem e mais desperdícios provocam.
Nesta perspectiva, explicitou que é importante apostar forte na área do tratamento dos resíduos e da sua separação e na eficiência energética, áreas também que Palmela quer apoiar São Filipe, e vai oferecer a São Filipe o primeiro carregador de carro eléctrico da ilha, assim como uma outra cidade com quem tem relações de cooperação.
Hoje é assinado um protocolo entre os municípios de Palmela e São Filipe e uma empresa daquele município português que se dedica às artes, nomeadamente a pintura e olearia em azulejo e, no dizer de Álvaro Amaro, poderia ser uma experiência importante desenvolver em São Filipe uma acção de formação de uma semana para capacitar jovens, mulheres para que possam ter uma aprendizagem e autoemprego que lhes permitam ter algum rendimento para a sua sobrevivência na área do artesanato e pintura.
“Este é um dos desafios que nos foi lançado, temos esta possibilidade e vamos continuar a trabalhar”, salientou o presidente da câmara de Palmela, destacando que a ligação de gente do Fogo com Palmela é muita profunda e com trocas de experiência em várias áreas.
O horizonte temporal para a realização da formação poderá ser Setembro ou Outubro para permitir a chegada de equipamentos e materiais, sublinhando que a câmara de Palmela já adquiriu um forno eléctrico que vai ser necessário para a formação e que vai chegar, através da missão “Mar Aberto” da Marinha Portuguesa.
“Foi um investimento de cinco mil euros que fizemos em Portugal para trazer, depois é o município de Palmela que vai pagar as formadoras, a empresa e os materiais que virão numa segunda fase”, disse o autarca, salientando que para a formação é necessário preparar os materiais para que se possa aproveitar bem a estadia das duas pessoas ligadas à formação e ligadas às associações de desenvolvimento local.
Na área de vitivinicultura, este avançou que Palmela faz parte da Rede Europeia das Cidades de Vinho e que dada a potencialidade existente na ilha e o trabalho de nível, vai tentar contribuir para que o vinho seja património da humanidade.
“Não é apenas a ilha do Fogo e o vulcão, mas a forma como conseguem plantar a vinha e fazer vinho de excelência, quer seja na adega Chã como na de Maria Chaves e outras adegas, que é único no mundo e aquilo que é único no mundo tem que ser divulgado”, disse Álvaro Amaro, sublinhando que o vinho é um forte cartão de atractividade turística para o Fogo que vive muito do turismo e da diáspora.
Segundo o mesmo, ainda há muito trabalho a fazer, mas há oportunidades, lembrando que está no seu último mandato, e gostaria de concretizar o processo iniciado em 2010 e deixar não só a concretização desses objectivos já contratualizados com o presidente da câmara de São Filipe, Nuías Silva, mas outros para o futuro.
“Nós mudamos, mas a amizade entre os povos continua e a cooperação tem que continuar”, reiterou Álvaro Amaro.
JR/ZS
Inforpress/Fim
