Fogo: Desafio do género é promover cooperação e não competição entre homens e mulheres – Paulino Moniz

São Filipe, 27 Jan (Inforpress) – O desafio do género é promover a cooperação e não a competição entre homens e mulheres, disse Paulino Moniz que ministra uma formação sobre conceitos de género e novas formas de masculinidade.

A formação, com duração de dois dias e promovida pelo projecto Terra de Valor, é destinada a cerca de duas dezenas de jovens, homens e mulheres, versando os “conceitos de género e novas formas de masculinidade e o impacto dos desequilíbrios de género na agro-pecuária”.

O membro da rede Laço Branco, parceiro na implementação do projecto, Paulino Moniz, destacou que esta formação vai permitir aos participantes reflectirem sobre o género e a igualdade, assim como a contribuição de cada um para a construção de uma masculinidade positiva, em que o homem possa reflectir constantemente da sua posição como homem, pessoa e ser humano na sociedade, não aceitando as pressões que a sociedade faz sobre o mesmo.

“O desafio é trazer uma base reflexiva, fazer com que todos reflictam sobre a nossa cultura, de ver e entender a vida para fazer o caminho para a mudança, que não é pacífica, e é uma questão lenta e que leva tempo”, disse Paulino Moniz.

“Muitas vezes as pessoas entendem que trabalhar o género é dizer à mulher que ela tem de se tornar homem e homem tem de tornar-se mulher”, disse Paulino Moniz, sublinhando que não é nada disso, mas sim ajudar as pessoas a entenderem que tanto o homem como a mulher são seres humanos e que é necessário corrigir os desequilíbrios existentes, em termos de género, na sociedade.

Este apontou vários exemplos destes desequilíbrios nomeadamente na esfera do poder em que os homens ocupam mais o poder, a nível do trabalho em que a mulher trabalha dupla jornada e o homem apenas uma jornada, a VBG em que há mais mulheres a sofrerem.

Por outro lado, explicou, que há questões masculinas que precisam ser melhoradas, como a presença de mais homens nas prisões (na cadeia central da Praia 97% dos reclusos são homens), o problema ligado ao álcool e outras drogas que afectam mais o público masculino.

Este defende assim a necessidade de se fazer uma reflexão para que juntos se construa uma sociedade mais justa, mais igualitária em que todos possam sentir-se como seres humanos e desfrutar da vida.

Durante os dois dias de formação, segundo o mesmo, a questão do entendimento do género na sua essência, o desequilíbrio de género entre homens e mulheres na sociedade, as perspectivas ligadas às zonas agrícolas, a violência baseada no género (VBG) e a razão porque acontece, reflexão sobre mecanismos de mudanças, são aspectos que serão abordados na formação.

JR/HF

Inforpress/Fim

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