Fogo: Declaração do Fogo e Maio como reservas da biosfera contribui para promover desenvolvimento sustentável – Projecto Vitó

São Filipe, 29 Out (Inforpress) – A associação de conservação e uso sustentável dos recursos, Projecto Vitó, considera que o selo de reserva da biosfera vai contribuir para um desenvolvimento sustentável das ilhas do Fogo e do Maio.

O director executivo desta organização não-governamental (ONG), Herculano Dinis, indicou que o Projecto Vitó, que foi um dos parceiros na elaboração da proposta técnica do dossiê respeitante à ilha do Fogo, acredita que com a atribuição do selo de reserva de biosfera, além de maior divulgação da imagem, vai servir de alavanca e valorização das duas ilhas onde as questões do turismo sustentável, do ambiente, da conciliação de recursos naturais e promoção do desenvolvimento sustentável vão ganhar nova dinâmica.

“Enquanto ONG ambiental demos o nosso contributo, essencialmente, na elaboração do documento técnico que foi submetido à Unesco e que passou por todo um processo até à aprovação final”, destacou Herculano Dinis lembrando que é a primeira vez que isso acontece apesar de o processo ser muito antigo já que tinha sido iniciado ainda na década de 90 do século passado.

Este referiu que foi “com grande satisfação que recebeu a notícia da declaração de reserva da biosfera”, salientando que a declaração é o início de uma nova etapa, já que a reserva da biosfera tem como principal objectivo promover o desenvolvimento sustentável, conciliar a presença do homem com a conservação de recursos naturais e garantir a sua subsistência para várias gerações.

Herculano Dinis salientou que é necessário reconhecer todo o trabalho do Governo de Cabo Verde através da Direcção Nacional do Ambiente (DNA) e do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) tendo felicitado a DNA na pessoa do seu director Alexandre Rodrigues que liderou todo o processo, tanto na ilha do Fogo como na ilha do Maio.

“É fundamental conseguir o selo de reserva de biosfera, mas o importante é manter o selo”, afirmou o director executivo da ONG Projecto Vitó, para quem o Governo deve traçar etapas para a implementação da reserva e todo o trabalho para a sua manutenção com o desenvolvimento de um plano de acção, criação de vários comités (científico, de assessoria e de consulta), conforme o Governo achar conveniente, além da criação de uma equipa de gestão.

Segundo o mesmo a reserva da biosfera é um enorme estímulo e com isso as duas ilhas passam a ter acesso a fundos que antes não eram acessíveis, além de toda uma dinâmica que vai ser criada para a manutenção do selo, com reflexo no desenvolvimento e continuação da preservação do ambiente e conservação dos recursos naturais por forma a garantir o seu uso sustentável para o futuro.

A reserva da biosfera tem três grandes funções, nomeadamente, a conservação da diversidade biológica, das paisagens, das espécies e dos ecossistemas, o desenvolvimento económico e social sustentável em função das necessidades da população local, bem como de logística de modo a contribuir para a investigação científica, formação e educação ambiental.

A reserva de biosfera da ilha do Fogo tem apenas uma zona núcleo (central), zona tampão e zona de transição e cobre uma área de 102 quilómetros quadrados e foi alargado para a área marinha.

Garantir um desenvolvimento sustentável dos recursos e a sua utilização de forma sustentável sem causar a degradação dos recursos, a compatibilização entre a estratégia de desenvolvimento da ilha e a conservação dos recursos, a capitalização de mais investimentos estrangeiros e a diversificação de fontes de financiamento para a ilha e a aposta na investigação, educação e desenvolvimento das pessoas, são as principais vantagens que a reserva de biosfera traz à ilha.

JR/HF

Inforpress/Fim

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