Fogo: Data da campanha de castração de cães será concertada entre os três municípios – vereadora

São Filipe, 06 Jan (Inforpress) – A data para a realização da campanha de castração de cães na ilha, em parceria com a Associação Bons Amigos, vai ser socializada pelos três municípios para “evitar constrangimentos” como os ocorridos no ano passado.

A vereadora pela área do Desenvolvimento Rural da câmara de São Filipe, Lia Barbosa, avançou à Inforpress que vai socializar com equipa da autarquia de São Filipe e com os vereadores responsáveis pelo sector dos municípios de Santa Catarina e Mosteiros a definição da melhor data para evitar que coincida com o período da preparação das festas do Dia do Município de São Filipe.

O número de cães vadios tem aumentado nas ruas da cidade de São Filipe e um pouco pelas diferentes localidades da ilha, e muitas pessoas solicitam mais intervenção de castração para diminuir a população canina, não obstante as queixas de ataque a animais de produção têm diminuído consideravelmente.

A Associação Bons Amigos enviou às câmaras da ilha a programação para a realização da campanha em parceria com outras instituições como a delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente e Associação Projecto Vitó, esperando feedback para a sua realização.

A vereadora Lia Barbosa prometeu responder a solicitação da associação assim que foi definida a melhor data para que a campanha de castração de cães e gatos possa decorrer sem constrangimentos.

A primeira campanha de castração na ilha do Fogo aconteceu em 2021, cobrindo apenas o município de São Filipe e na altura foram castrados e desparasitados um total de 454 animais.

No ano passado, 2022, foi promovida nova campanha de castração e as actividades foram alargadas aos municípios dos Mosteiros e de Santa Catarina e foi antecedida de um trabalho prévio de contagem da população de cães na rua, pela Associação Projecto Vitó, tendo contabilizado mais de 600 nesta situação, dos quais 196 em São Filipe, 114 nos Mosteiros e 303 em Santa Catarina.

Durante a campanha de 2022 cerca de 500 cães e gatos foram castrados e desparasitados, sendo 187 em São Filipe, 163 nos Mosteiros e 125 em Santa Catarina, e foi também iniciado um programa de sensibilização com visita à escola secundária Dr. Teixeira de Sousa, em São Filipe.

Para dar continuidade e monitorizar o trabalho já realizado, a associação elaborou um programa de gestão da população de cães e gatos da ilha, que deve iniciar este ano e com duração de três anos, com a possibilidade de renovação, desenvolvido em colaboração com Associação Bons Amigos da Áustria, os três municípios da ilha e o Projecto Vitó.

O programa prevê a realização de campanhas semestrais/anuais de esterilização de cães e gatos e de sensibilização da sociedade, recomendando a integração de novas actividades, de forma a reduzir o impacto das problemáticas encontradas nas campanhas anteriores como o ataque dos cães aos animais de produção e o impacto negativo dos gatos nas populações de aves marinhas.

Para um programa de gestão da população de cães ser sustentável a longo prazo, segundo a Associação, são necessários o apoio social e a eliminação dos conflitos existentes entre homem, animal e ambiente.

A realização da primeira campanha de esterilização este ano tem como objectivo ter uma população de cães estável e saudável e reduzir os conflitos existentes entre a população humana, animal e o ambiente, assim como fazer do Fogo um exemplo na gestão da população de cães a nível nacional.

Reduzir a reprodução descontrolada dos animais de rua e o nascimento de ninhadas indesejadas, através da castração, ter mais de 80 por cento (%) da população de cães castrados nas diversas localidades da ilha, prevenir o aparecimento de doenças parasitárias e tratar os animais parasitados, realizar vigilância de doenças e tratamentos médicos necessários aos animais, de forma a melhorar o bem-estar animal, constam da lista dos objectivos.

Ainda a campanha propõe como meta, realizar a identificação e registo dos animais, caracterizar e estimar a população canina e avaliar a percepção da população humana face aos cães, investigar e reduzir os ataques de cães a animais de produção e a tartarugas marinhas, investigar o impacto dos gatos na fauna selvagem, são outros objectivos pretendidos.

JR/AA

Inforpress/Fim

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