São Filipe, 14 Jun (Inforpress) – A Associação Água para Viver doou hoje, ao centro de formação profissional de Ponta Verde, zona norte do município de São Filipe, um conjunto de 25 computadores portáteis visando a melhoria da qualidade de formação ministrada.
A entrega da doação aconteceu nas instalações do centro de formação de Ponta Verde, que foi construído pela referida associação e doado ao Governo de Cabo Verde, passando assim a integrar um conjunto de infra-estruturas geridas pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional.
O director do Centro de Emprego e Formação Profissional do Fogo, que faz a gestão deste centro, António Cardoso, disse que os computadores possuem capacidade para ministrar formações na área da informática, mas também de outras áreas em que é necessário recorrer ao computador.
Para António Cardoso a doação significa melhor qualidade na formação profissional, sobretudo dos jovens das zonas do interior, observando que o centro tem estado a utilizar softwares avançados para ministrar alguns cursos e que os computadores, além de garantia a qualidade na formação profissional, permitirão a realização de pesquisa no mundo da internet que é fundamental para que jovens tenham mais acesso à informação.
O director do centro disse que os computadores anteriores estavam obsoletos e que foi nesta base que o centro apresentou à Associação Água para Viver um projecto para aquisição de 25 computadores portáteis, num valor global de 2.200 contos.
Além dos computadores, António Cardoso disse que a associação tem disponibilizado um conjunto grande de recursos para o centro, apontando a construção de estufas, pagamento de propinas a um número grande de formandos, financiamento de consumíveis para o curso de cozinha, de serralharia metálica e de carpintaria.
“Temos mais um grande projecto que vai iniciar nos próximos dias e que está relacionado com a instalação e manutenção de energias renováveis (fotovoltaicos) e a associação vai financiar dois kits de formação e todos os consumíveis necessários para a realização do curso”, disse António Cardoso, sublinhando que o produto final desta acção será a instalação de energia renovável (solar), a 100 por cento (%), no centro de Ponta Verde e numa parte no Centro de Emprego e Formação Profissional de São Filipe.
A associação, segundo a mesma fonte, tem financiado, anualmente, várias acções e disse que no início de 2021 recebeu o patrocínio de 900 contos, agora os computadores na ordem dos 2.200 contos e a instalação e manutenção de energias renováveis cuja compra de consumíveis estava orçado em 1.600 contos, mas com uma adenda poderá atingir os 2.400 contos.
António Cardoso disse que o próximo projecto para o centro de Ponta Verde é equipar uma sala com equipamentos de transformação de fruta e derivados da agricultura para aproveitar as colheitas de estufas numa perspectiva de incubadora e dar aos jovens mais oportunidades de emprego.
Agnelo Spínola, presidente da Associação Água para Viver, desde a sua fundação em 1980, e que agora passou o testemunho a Irlandina Spínola Brito, disse que a doação tem por finalidade colocar à disposição do centro de Ponta Verde as condições e recursos para uma formação profissional de qualidade, alinhado com as políticas do Governo.
O fornecimento dos computadores, segundo o mesmo, constitui uma resposta às necessidades manifestadas pelo centro, observando que num momento em que é cada vez mais difícil emigrar, é obrigação de todos os emigrantes ajudar os que estão nas ilhas.
“A associação quer criar as condições para que os jovens, depois de terem uma formação e emprego, possam viver sem necessidade de emigrar e contribuir para ajudar os demais”, referiu Agnelo Spínola.
Com relação aos mais de 40 anos em que esteve à frente da Associação Água Para Viver, Agnelo Spínola reconheceu que o trabalho não foi fácil, lembrando que a associação nasceu para construir cisternas para resolver a penúria de água na sua localidade, Campanas de Baixo, passando depois para a construção de escolas e vários outros projectos, incluindo a construção do centro de formação de Ponta Verde, doado mais tarde ao Estado de Cabo Verde.
Para o mesmo, neste momento em vez de Associação Água para Viver podia ser designada de “associação aprender para viver”, justificando a necessidade de formar os jovens para o futuro.
A nova presidente da Associação Água para Viver, Irlandina Spínola Brito, destacou a importância da doação que, segundo a mesma, vai permitir a aquisição de conhecimentos por parte dos jovens para que continuem a desenvolver as suas capacidades no mundo globalizado.
A mesma pediu que seja dado bom uso aos computadores portáteis para que os formandos possam tirar o máximo de proveito.
A doação, recorde-se, enquadra-se nas relações de parcerias existentes entre o Centro de Emprego e Formação Profissional do Fogo e a Associação Água para Viver.
JR/HF
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