Fogo: Abertura temporária da apanha da areia na praia de Fonte Bila vai resolver um problema gravíssimo – Nuías Silva

São Filipe, 17 Mai (Inforpress) – O presidente da câmara de São Filipe, Nuías Silva, congratulou-se hoje com a decisão do Governo em autorizar a extracção da areia na praia de Fonte Bila, resolvendo um “problema gravíssimo” que afectava a ilha desde Novembro de 2020.

Nuías Silva participa nesta manhã na reunião do Comité de Coordenação de Gestão de apanha de areia na ilha do Fogo para preparar a implementação da decisão de apanha de areia anunciada terça-feira, 16.

Lembrou que desde que assumiu a presidência da edilidade tem insistido numa solução junto do Governo para autorização de apanha de areia nas praias para dinamizar o sector da construção civil e gerar toda a externalidade à volta do emprego criado na construção civil.

Segundo o mesmo, a sua edilidade tinha enviado, umas semanas atrás, um pedido associando a vários outros que tinha enviado ao ministro do Ambiente a solicitar abertura da apanha de areia, mostrando-se satisfeito porque, explicou, “a ilha vai ter areia necessária para a dinamização dos trabalhos no sector da construção civil”, revertendo-se numa maior dinâmica na economia local.

Nuías Silva mostrou-se igualmente preocupado porque entende que não é admissível que se autorize a apanha e comercialização de areia na ilha, que, segundo o mesmo, é o recurso da ilha e do município de São Filipe, em particular, e o valor da venda se reverter a favor do Instituto Marítimo Portuário (IMP) ou do Estado, tendo depois a câmara “consequência gravíssima” no trabalho da recuperação paisagística da estrada danificada pelo uso intensivo de camiões que circulam no acesso à praia.

Nuías Silva vai tentar no encontro de hoje com os membros do Comité de Coordenação de Gestão de apanha de areia realçar estas questões e dialogar para que os valores se revertam integralmente para a recuperação paisagística daquele espaço e de melhoria de espaços, destacando o impacto ambiental e estragos causados nomeadamente na estrada de acesso e em outros espaços que devem ser recuperados com o produto da venda de areia.

“A solução definitiva tem de passar pelo diálogo entre as câmaras municipais, sector privado e o Governo para engendrar uma solução que passa pela produção mecânica de areia e assim definitivamente resolver este problema e não ter necessidade de pedir autorizações pontuais”, disse Nuías Silva, recordando que o navio de dragagem foi impedido de acostar no porto e há mais de ano que se aguardava pela autorização.

Este questionou o porquê de tanto tempo para se autorizar a apanha de areia, defendendo a necessidade de maior celeridade nesta matéria, acrescentando que com o fim do prazo da autorização, 31 de Julho, o Governo possa apresentar uma solução ou um cronograma definido para aberturas pontuais, salvaguardando a reposição do ecossistema, nidificação das espécies endémicas e a necessidade da sua preservação e conservação.

“A melhor solução não é a praia de Fonte Bila, que é uma praia sensível e uma das mais belas de areia negra da nossa sub-região e deve ser preservada”, advogou Nuías Silva, para quem o executivo podia autorizar a apanha de areia na zona de Salinas onde existe um “contingente enorme de areia” que invade as propriedades privadas por acção do vento.

JR/ZS

Inforpress/Fim

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