São Filipe, 20 Nov (Inforpress) – O presidente da câmara de São Filipe, Nuías Silva, disse quinta-feira, ao ser investido no cargo, que o período eleitoral está ultrapassado e importa agora que todos se unam à volta do projecto maior que é São Filipe.
“É tempo de começar a olhar para o ‘muito’ que nos une enquanto são-filipenses e não para o ‘pouco’ que nos divide”, defendeu Nuías Silva, reafirmando o seu compromisso de ser, a partir de agora, o primeiro servidor público, colocando ao serviço deste concelho toda a sua energia, sabedoria e empenho.
Este indicou que o interesse de São Filipe deve estar em primeiro lugar e acima de tudo, assegurando que manterá firme a ideia de mobilizar São Filipe, uma mobilização que, segundo o mesmo, ultrapasse os perímetros dos partidos políticos ou interesses políticos circunstanciais, sublinhando que “todos estão convocados para o combate do futuro”.
Para Nuías Silva é tempo de formular uma nova visão para o município, lembrando que São Filipe tem um passado que orgulha a todos e que permite olhar o futuro com confiança, embora reconheça que ainda há muitos problemas por resolver e se está longe do que sonhou para São Filipe, defendendo que “quem tem um passado grandioso aliado a enormes potencialidades comparativos têm condições para materializar os seus sonhos”.
“A todos que votaram em mim e na nossa equipa quero agradecer a confiança no projecto político apresentado, a todos quanto no exercício soberano da democracia optaram por outros projectos políticos quero expressar o meu profundo respeito pela liberdade de escolha”, disse o autarca, indicando que, a partir de agora, será o presidente de todos e que o edifício do Paços do Concelho será a casa comum de todos os filhos de São Filipe e da ilha.
Depois de reconhecer e agradecer a todos os que estiveram envolvidos neste processo, Nuías Silva enalteceu a juventude e reconheceu a sua adesão ao projecto, que segundo o mesmo “fez toda a diferença” porque foram verdadeiros e generosos combatentes pelas causas justas e simbolizam a alma da vitória conseguida.
“Esta vitória tem o selo da juventude e trabalharei para não defraudar a confiança depositada”, disse o presidente eleito, reconhecendo que as circunstâncias que envolvem a gestão do município nos próximos tempos serão particularmente difíceis e os desafios são enormes, mas está convicto de que poderá contar com todos nesta missão de modernizar e desenvolver o município.
Para Nuías Silva, os sonhos de São Filipe passam por mais educação, saúde, segurança, água e energia, mais trabalho e rendimento, emprego, redução do nível da pobreza e que São Filipe cumpra todos os indicadores proclamados para a agenda 20/30 e esteja em convergência com o país de desenvolvimento médio.
Além de apostar na educação, agricultura, pecuária, pescas e no turismo, defende a inclusão da diáspora como elemento estratégico de política interna do município e no processo de desenvolvimento do município e da ilha, assim como a integração do município nos polos de desenvolvimento nacional aproveitando as potencialidades de que dispõe.
O edil prometeu fazer uma aposta consistente na requalificação dos recursos humanos e em trazer a universidade para a ilha do Fogo, mas também na criação de todas as condições para que os operadores se sintam motivados para investir na ilha.
O presidente do principal município da ilha do Fogo disse que pretende estabelecer conversações com o Governo sobre o arranque de grandes infra-estruturas públicas iniciadas, como o projecto de mobilização de águia e saneamento, de desenvolvimento do aeródromo de São Filipe para um aeroporto de médio porte, do anel rodoviário e outras obras já lançadas e que são de grande mais-valia para o município, sublinhando que quer manter uma relação estável com o poder central consubstanciado nos princípios de rigor, lealdade, solidariedade e na complementaridade no estrito respeito pelo poder local.
Com relação à pandemia que afecta o município de forma particular, o novo autarca de São Filipe defendeu que o município tem de estar à altura desta emergência, para estabilizar o município, e criar todas as condições para que a economia da ilha possa ganhar fôlego e ultrapassar esta crise.
“A fase de emergência implica a capacidade de controlar a infecção e garantir apoio às famílias, à economia e preservar a capacidade produtiva e o emprego”, disse.
O presidente da assembleia municipal, Luís Nunes, disse que o município pode contar com uma assembleia próxima dos seus munícipes, como uma instituição a funcionar em pleno, dentro e fora das horas normais de expediente, com visitas regulares às localidades e com sessões descentralizadas.
Luís Nunes prometeu colaborar com a câmara no reatamento das boas parcerias no quadro da cooperação descentralizada e na mobilização de novas parcerias, esperando contar com a cooperação do Governo na materialização das infra-estruturas estruturantes e contribuir para a criação de um ambiente mais favorável e impulsionador de mais investimentos.
A mesa definitiva da assembleia, é composta por Luís Nunes (presidente), João António Silva Pina (vice-presidente) e Henriqueta Mendes Cardoso (secretaria) eleitos pela lista única apresentada pelo grupo de PAICV tendo sido sufragada por nove votos favoráveis, sete votos contra e uma abstenção.
O acto de investidura foi testemunhado pelo ministro-adjunto do primeiro-ministro e da Integração Regional, Rui Figueiredo Soares.
JR/HF
Inforpress/Fim