Cidade da Praia, 14 Out (Inforpress) – A representante da FAO em Cabo Verde, Ana Touza, disse hoje na Praia que a organização está a trabalhar com o Governo na mobilização de recursos para apoiar os municípios onde a insegurança alimentar “é mais crítica”.
Ana Touza falava aos jornalistas esta manhã à margem da conferência intitulada “Sistemas agroalimentares sustentáveis para garantia da Segurança alimentar e Nutricional: Desafios e Perspectivas no contexto de crise”.
A conferência é realizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Ministério da Agricultura e Ambiente, em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação e da FAO, que assinala os 77 anos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, 16 de Outubro, sob o lema deste ano: “Não deixar ninguém para trás. Melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e uma vida melhor.”
Segundo aquela responsável, a ideia da conferência é para sensibilizar e difundir a situação da crise mundial que começou na pandemia e agravada com a guerra na Ucrânia pela Rússia, tendo adiantado que Cabo Verde em relação a outros países da sub-região “está muito melhor”.
“A FAO está a trabalhar com o Ministério da Agricultura na formulação de projectos de urgência. Estamos a mobilizar recursos para as famílias mais vulneráveis. São projectos focados sobretudo nos municípios onde a situação é mais crítica, e também estamos a apoiar o ministério a mobilizar fundos adicionais para situação da crise”, sublinhou Ana Touza.
A mesma fonte lembrou que a situação de segurança alimentar é avaliada a cada ano, e com as sucessivas secas “com muita afectação” na produção, o País tem se mostrado “muito resiliente”.
“A situação comparativamente com outros países da sub-região está melhor, mas mesmo assim está a ser impactado devido à subida, a todos os níveis, dos preços internacional”, reiterou Ana Touza, frisando que esta situação tem trazido dificuldades para as famílias mais precárias terem acesso a uma alimentação mais nutritiva.
O Governo vai fazer uma próxima avaliação da segurança alimentar em Novembro para que haja actualização dos números, que, segundo aquela representante da FAO, tem se mantido num “nível estável, mas alto”, porém há muitas acções a serem feitas para atingir os mais vulneráveis principalmente.
Conforme identificou Ana Touza, os municípios que têm sido mais atingidos são Porto Novo, Santa Cruz e Ribeira Grande de Santiago, em que não conseguem ter uma dieta nutricional.
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