Cidade da Praia, 20 Dez (Inforpress) – Os familiares do policial Hamilton Morais mostraram-se, hoje, convictos de que a morte do agente não foi acidental, considerando “inaceitáveis” as declarações do director Nacional da Policia Nacional (PN) neste sentido.
Esta convicção foi manifestada à imprensa pelo irmão de Hamilton Morais, Haylton Morais, à margem de uma marcha silenciosa que foi realizada hoje pelos familiares e amigos na Cidade da Praia, em memória da vítima.
Segundo Haylton Morais, o director Nacional da PN, Emanuel Estaline, teve um “momento de infelicidade” quando afirmou que a morte de Hamilton Morais foi acidental, questionando as declarações, uma vez que o processo está sob a alçada da Justiça.
“O director da PN calado é um grande poeta, num processo sob investigação ele dá o veredito”, apontou.
Segundo disse, à família foi garantida pelo próprio Emanuel Estaline que este caso seria resolvido e que todos os culpados seriam punidos.
“Ele jurou pela sua honra e nós vamos aguardar”, sintetizou.
Conforme Haylton Morais, o seu irmão “deu sangue” na defesa da PN e morreu salvado pessoas, por isso, reiterou, a instituição “devia ter mais respeito”, em vez de “lançar poeira” nos olhos da sociedade com comunicados de imprensa.
“O caso de meu irmão pode ter de tudo, porém, acidente não foi”, destacou, sublinhando ainda que é necessário fazer uma “mega operação” dentro da PN.
Por outro lado, disse que a marcha silenciosa, além da homenagem a Hamilton Morais, visou também sensibilizar toda a sociedade nesta cidade, onde a criminalidade e os homicídios durante o ano estão “ainda sem resposta”.
“Estamos também solidários como todas as famílias que perderam seus entes queridos nesta onde de criminalidade, porque sabemos que é perder um familiar, principalmente quando a morte não tem justificativa”, referiu.
Por fim, salientou que acredita veemente no Ministério Público e na polícia científica, “que fazem seu trabalho de forma imparcial”.
A manifestação contou com dezenas de pessoas, que fizeram o percurso da residência da vítima, tendo depois passado pela Assembleia Nacional.
A marcha continuou até o Platô em frente a direcção da PN, terminando a caminhada em frente ao Palácio de Governo.
Pôde-se ainda notar que as pessoas exibiram cartazes com mensagens como “sangue inocente chama por justiça”, “ser policial é mais que uma missão”, “policial de honra”, entre outros.
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