Escritora Vera Duarte defende retoma dos prémios literários em Cabo Verde

Cidade da Praia, 02 Out (Inforpress) – A escritora cabo-verdiana Vera Duarte, que recebeu hoje o prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia 2021, defendeu, na Cidade da Praia, a necessidade da retoma dos prémios literários em Cabo Verde, bem como a realização de concursos literários.

O prêmio Literário Guerra Junqueiro, que é atribuído a vários países da Lusofonia, foi entregue este sábado à escritora Vera Duarte que expressou “toda a sua gratidão” a todos os que contribuíram para que recebesse o prémio.

Na ocasião, a galardoada diz acreditar que a divulgação da sua literatura, tal como da literatura cabo-verdiana em geral, está a ter “um maior impacto” no meio lusófono.

“Não só acredito como já começo a ter a prova, porque depois deste prémio lancei a Vénus Crioula na feira de livros de Lisboa, mas na verdade o primeiro sítio onde a Vénus Crioula começou a fazer a sua caminhada foi exatamente em Freixo de Espada Cinta, terra natal do Guerra Junqueiro (…) sublinhou.

A obra Vénus Crioula, anunciou a escritora, será lançada no dia 08 de Outubro m na Praia, contudo, realçou, que a mesma já começou a fazer a sua “navegação”.

Duarte adiantou que desde o momento em que foi galardoada com este prêmio, recebeu várias mensagens, e isto, reconheceu a poeta, faz com que “aumente mais a visibilidade”, tendo frisado que vários nomes, inclusive cabo-verdianos, como Jorge Carlo Fonseca, vão dando visibilidade ao prêmio e os próximos escritores detentores do galardão sentirão o impacto.

Por outro lado, a escritora ora premiada, precisou que para dar o impulso à literatura cabo-verdiana, há a necessidade de se criar prémios e concursos literários no arquipélago, onde, conforme ressaltou, “parece que neste momento não há nenhum”.

“Precisamos de prémios literários, de concursos literários. Sou adepta dos concursos literários, estou sempre a falar deles e a querer que a Academia lance concursos que agente possa ter mecenas, porque só podemos lançar concursos tendo mecenas que nos permitam atribuição de um prémio e seletas literárias que possam ajudar a nascer e crescer nos jovens o gosto pela leitura (…)”, constatou a escritora.

Por sua vez, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, avançou que o ministério está disponível para a reativação do prémio literário que foi descontinuado, com a Academia Cabo-verdiana de Letras.

“Tivemos uma reunião, há cerca de quatro dias, com o novo presidente da cAademia e a nossa intenção é reativar o prémio, desde que haja um engajamento da Academia e de outras associações, porque nós estamos disponíveis e acreditamos que eles têm razão, é preciso premiar os escritores cabo-verdianos com prémios nacionais”, reconheceu o ministro.

Para Abraão Vicente, Vera Duarte é uma das vozes femininas “mais relevantes” da literatura cabo-verdiana.

TC/JMV
Inforpress/Fim

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