Cidade da Praia, 10 Ago (Inforpress) – A líder do PAICV (oposição) disse hoje que a Escola de Hotelaria e Turismo, “um projecto da anterior governação”, é fundamental para a qualificação do serviço turístico e um “instrumento importante” para garantir mais oportunidades aos jovens cabo-verdianos.
“Esta Escola tem uma taxa de empregabilidade superior a 75% (por cento) e, portanto, é um caso de sucesso e deve ser visto como tal”, precisou a secretária-geral (SG) do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, Janira Hopffer Almada, manifestando-se “preocupada” pelo facto de a Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV) constar da lista das privatizações do Governo do Movimento para a Democracia.
A líder do PAICV fez estas declarações à imprensa à saída de um encontro hoje com a direcção da EHTCV.
“Estamos preocupados porque ainda não conseguimos ver a ligação entre o desenvolvimento do país e estas privatizações”, queixou-se a presidente do partido “tambarina”, para quem “tudo leva a crer que haja negociatas por detrás dessas privatizações”.
Para Janira Hopffer Almada, o país tem “má memória” das privatizações feitas pelo Governo do MpD na década de 90.
“Basta lembrarmo-nos do caso Enacol e da Electra, em que se venderam as empresas e não se viu o dinheiro”, indicou, para depois dizer que no caso da empresa de produção de água e energia o executivo anterior se viu obrigado a recuperar esta empresa, investindo nela com vista a “proteger os interesses dos cabo-verdianos”.
Na sua perspectiva, as privatizações anunciadas, a acontecer, poderão ser “muito perigosas” porque incidem em “sectores estratégicos, como a energia, as telecomunicações as Tecnologias de Informação e Comunicação e até o sector dos medicamentos, em que é preciso garantir muita segurança”.
“Não podemos compreender como que se possa querer privatizar ou concessionar um centro de formação profissional, porque, no fundo, a Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde é um centro para a formação profissional dos jovens”, apontou a líder da oposição, acrescentando que aquela escola “nunca foi pensada para ter rentabilidade, mas sim para servir os jovens cabo-verdianos, o sector turístico e numa perspectiva de sustentabilidade e não de rentabilidade”.
Nessa linha, prossegue, “nada garante que amanhã não serão privatizados os liceus e os hospitais”.
“O perigo é grande e, por isso, os cabo-verdianos devem estar atentos”, concluiu Janira Hopffer Almada.
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