Cidade da Praia, 25 Jan (Inforpress) – O recenseamento dos guineenses em Cabo Verde para as próximas eleições na Guiné-Bissau não atingiu as expectativas da Embaixada daquele país na cidade da Praia, disse o embaixador N’Bala Alfredo Fernandes.
Em entrevista à Inforpress, N’Bala Alfredo Fernandes disse que “o processo foi muito complicado”.
“O recenseamento não correu da forma como nós desejávamos. Os kits chegaram tarde. Depois a questão legal com a questão política nem sempre estiveram no mesmo plano em termos de equilíbrio”, referiu.
Em Cabo Verde, disse este diplomata, “o processo começou tarde”. Conforme informou N’Bala Alfredo Fernandes, nos primeiros dias começou com uma forte participação das pessoas que queriam se recensear “a todo o custo”, mas que depois se registou uma diminuição de participações.
O prolongamento das datas do encerramento dos processos acabou, segundo o embaixador, por “baralhar” todo o calendário da Embaixada para recensear a população.
“Mas o pior de tudo foi que nas ilhas como Boa Vista e Sal, que nós fizemos tudo para que essas duas ilhas fossem tidas como importantes centros de acolhimento da comunidade guineense, recenseamos na Boa Vista 570 pessoas, num universo de mais de 3 mil guineenses”, acrescentou.
Prosseguindo, este responsável adiantou que “as coisas complicaram”, na ilha da Boa Vista.
“O técnico fez a greve em solidariedade com os que estão na França e Bruxelas e acabamos por não fazer o recenseamento na ilha do Sal e nem dêmos continuidade aqui na Praia”, acrescentou N’bala Alfredo Fernandes, para quem, de uma maneira ou outra, ficou-se com sentimento de “incumprimento do processo de recenseamento”.
N’Bala Alfredo Fernandes lamentou ainda este insucesso, uma vez que, segundo o embaixador, pretendia-se aproveitar a base de recenseamento da população, que era voluntário, para saber mais ou menos quantos guineenses há em Cabo Verde.
O diplomata disse ainda lamentar por se ter atingindo pouco mais de 2300 guineenses.
“Nós apelámos, fizemos várias reuniões para sensibilizar a quem de direito, mas, infelizmente, não surtiu efeito e é com esse número que vamos provavelmente votar”, ajuntou a mesma fonte dando conta que as pessoas recenseadas residem na Boa Vista, cidade da Praia, Pedra Badejo e Assomada.
“Houve falhas que nós temos que reconhecer. Nós já pedimos desculpas em nome do Estado aos guineenses e estamos cientes de que nós fizemos tudo, com os nossos parcos recursos, com a ajuda das autarquias locais e com o Governo de Cabo Verde para que o recenseamento fosse o que nós almejávamos, mas, infelizmente, não aconteceu”, finalizou o embaixador, ajuntando que o Estado da Guiné tem “um pensamento positivo” para com a sua diáspora.
GSF/ZS
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