ENTREVISTA: Novo quadro de apoio da ONU em Cabo Verde envolveu privado, Governo e universidades – coordenadora residente (c/vídeo)

Cidade da Praia, 28 Out (Inforpress) – A nova estratégia implementada pelas Nações Unidas para a elaboração do quadro de cooperação com Cabo Verde para o Desenvolvimento Sustentável 2023-2027, orçado em 115 milhões de dólares, envolveu o sector privado, Governo e universidades, revelou a coordenadora residente.

Ana Graça, em entrevista à Inforpress, explicou que com esta abordagem, que difere das demais, pretende as Nações Unidas trabalhar no sentido deste importante plano contribuir para o investimento, de forma “muito focalizada” nas necessidades e especificidades de cada município e de cada ilha.

A este propósito, destacou os apoios para a incrementação deste instrumento, considerado “o mais importante para o planeamento e implementação das actividades de desenvolvimento das Nações Unidas a nível nacional”, para mudar a vida das pessoas.

Isto por entender que, na observância de acordo com a declaração da Assembleia Geral das Nações Unidas, esta estratégia permitiu diagnosticar melhor o que era preciso mudar, razão pela qual disse acreditar que o programa responde, especificamente, às necessidades de Cabo Verde, para os próximos cinco anos.

“É um programa muito assente numa análise de riscos e em medidas de reforço da resiliência, ou seja, reforço de respostas aos choques externos. É um programa que tem uma tónica muito forte e mais implementação, muito prático para se acentuar nas camadas mais vulneráveis”, explicitou.

A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas clarificou que esta estratégia está virada directamente às mulheres que estão em situação de maior vulnerabilidade, àqueles que vivem em extrema pobreza, ou em pobreza, aos jovens que precisam de oportunidades, que não têm educação, formação, nem emprego, mas também crianças, idosos e deficiente, enfim todos aqueles que precisam de uma atenção especial.

Referiu que este programa se assenta no grande objectivo do país em alcançar a quase erradicação da extrema pobreza, pelo que se assenta em áreas estruturantes como o reforço do talento humano e do capital social, a transformação económica inclusiva, prosperidade e transição justa para um meio ambiente saudável e numa governação transformadora e coesão territorial reforçada.

“Queremos muito continuar a apoiar os processos de descentralização, com uma dimensão de coesão territorial por causa das assimetrias das ilhas. Então iremos trabalhar para que possamos, também, investir de forma muito focalizada nas necessidades de cada município e de cada ilha”, observou.

É este o programa para os próximos 15 anos, anotou Ana Graça, sublinhando que, acima de tudo, proporcionou mais capacidade, mais agência, mais perícia, e mais inovação para que as Nações Unidas possam fazer o seu papel, de assessorar o Estado onde for preciso.

SR/CP

Inforpress/Fim

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