Embaixador de Portugal diz que agendamento de pedidos de visto “deve ser gratuito”

Cidade da Praia, 06 Mar (Inforpress) – O embaixador de Portugal em Cabo Verde, Paulo Lourenço, defendeu hoje que o agendamento de pedidos de visto Schengen deve ser feito de forma gratuita, frisando que a intermediação acaba sempre por dificultar o acesso às vagas.

Estas declarações foram feitas pelo diplomata no final de uma visita efectuada esta manhã ao Centro Comum de Vistos naquele que foi o seu primeiro acto público depois de ser acreditado para as funções em Cabo Verde.

“A questão aqui é, sobretudo, eficiência, transparência, para que as pessoas consigam organizar e planear as suas vidas, uma vez mais estamos muito determinados em relação a isto, tendo consciência das dificuldades que as pessoas, de facto, têm tido, mas não há muito que nós possamos fazer antes do processo ser agendado”, disse.

Os processos de agendamento, explicou, são feitos a partir do site do Ministério dos Negócios Estrangeiros (de Portugal), pelo que, em relação a isso, a única coisa que, acrescentou, gostaria de dizer às pessoas é que esse agendamento através do ‘site’ é gratuito.

“Em relação à essa matéria deveria haver um outro tipo de envolvimento ou intermediação porque a intermediação pode auxiliar a pessoa no momento em que ela tem dificuldade para fazer o agendamento, mas ela tem este efeito de criar um círculo vicioso de tornar mais difícil que as pessoas individualmente consigam vagas e, quanto mais difícil for a pessoa individualmente obter uma vaga, mais haverá a tendência para procurar a intermediação”, continuou.

Uma situação que, segundo disse, é de se lamentar porque isto acaba por ter o “efeito pernicioso” de impedir que um cidadão cabo-verdiano comum consiga fazer com alguma facilidade esse agendamento.

“A nossa responsabilidade é dentro de portas, é dentro da nossa operação. O que acontece fora dessa operação, o que acontece em relação aos expedientes que as pessoas encontram, às vezes numa situação de algum desespero e que acaba também por ser consequência da intermediação, porque torna cada vez mais difícil um cidadão encontrar vaga para agendamento por sua própria conta no site, sobre isso não há muito que nós possamos fazer”, continuou.

Prosseguindo, Paulo Lourenço ressaltou que se trata de algo que, eventualmente, merecerá da parte das autoridades, e até dos jornalistas, uma investigação.

“Não é uma matéria em que nós podemos fazer o que quer que seja porque são dinâmicas que se processam fora da nossa operação. O que nós podemos fazer é alertar as pessoas e dar informações sobre o que um processo normal envolve, dizer-lhes, para efeito do seu próprio planeamento, os tempos com quem devem contar, o número de vagas que abrem a cada 15 dias…”, acrescentou.

E em relação ao resto, entende o embaixador que é preciso esperar que as pessoas, com um pouco mais de paciência, percebam que por cada intermediação que procuram, provavelmente estão a criar um efeito de tornar mais difícil o agendamento individual que deveria ser, em regra geral, um serviço gratuito.

“O que não é gratuito é o próprio visto. Eu consigo compreender que alguma frustração das pessoas em conseguir, em obter um agendamento, possa levar as pessoas a procurar auxílio externo, mas não posso deixar de reconhecer, lamentando que, quando se recorre a intermediações também se está a tornar mais estreito o caminho para aqueles que querer continuar à procura do agendamento nos termos normais individualmente”, concluiu.

GSF/CP

Inforpress/fim

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