Cidade da Praia, 01 Set (Inforpress) – O gestor da empresa comunitária de reciclagem Ekonatura, João Ferreira, anunciou hoje que pretendem adquirir, até ao final do ano, mais duas máquinas de triturar vidros e garrafas por forma a dar resposta às demandas futuras.
Em declarações à Inforpress, o responsável da empresa Ekonatura, em São Francisco, criada em 2019 para reciclar vidro e plástico, que serão utilizados para produzir materiais como objectos decorativos, bijutarias e materiais para construção civil, disse que o balanço do funcionamento do referido centro “é satisfatório”.
“A instalação da associação aconteceu em 2019, mas com a pandemia arrancamos as actividades em 2021. O balanço é positivo porque não paramos até agora, graças a Deus temos feito o nosso trabalho de forma regular. Por exemplo, para além da reciclagem para a construção civil, temos estado a fazer vasos, pequenos corta copos, bijuterias”, disse, acrescentando que a Ekonatura conta neste momento com de oitos colaboradores directos na empresa e já produziu cerca de 100 toneladas de areia.
Dessas 100 toneladas, indicou, 28 foram destinadas para a produção de paves e esses materiais serviram para a construção de um passeio sustentável nos arredores de uma empresa, na cidade da Praia.
João Ferreira, que é também presidente da Associação Comunitária de São Francisco, afiançou que a Ekonatura está a cumprir a missão pela qual foi criada, mas que ainda existem vários desafios, tendo apontado a sustentabilidade financeira como um dos principais desafios a serem ultrapassados.
“Temos conseguido evitar que grandes quantidades de garrafas sejam enviadas para o aterro sanitário porque sabemos que no aterro esses materiais têm um tempo de vida e mesmo na comunidade temos estado a recolher grandes quantidades de plásticos para evitar que alcancem as praias de mar durante a época das chuvas.
A questão da sustentabilidade é um dos principais desafios. Não efectuamos salário mensal, mas sempre gratificamos em função daquilo que conseguimos vender. Temos também o desafio de conseguir mais máquinas para aumentar a produção e alcançar os nossos objectivos”, realçou.
Disse que a maior ambição da Ekonatura é conseguir produzir anualmente cerca de 100 toneladas de areia e reduzir a percentagem do lixo na comunidade de São Francisco e arredores, na ilha de Santiago, informado que está previsto adquirir até ao final do ano, mais duas máquinas para triturar vidro e plástico para conseguirem dar resposta às demandas nos próximos tempos.
Reconheceu que a instalação da Ekonatura na comunidade de São Francisco, que fica a cerca de 10 quilómetros da cidade da Praia, tem tido um impacto positivo na vida das pessoas, mas que ainda há necessidade de mais acções de sensibilização sobre a importância da preservação do meio ambiente.
“Ainda temos uma sociedade que precisa ser trabalhada a nivel da sensibilização para a questão da preservação do meio ambiente, ainda as pessoas não têm essa noção de que os plásticos e vidros são prejudiciais ao nosso meio ambiente e deixam-nas muitas vezes nas ruas. Temos feito trabalhos de sensibilização, temos realizado palestras na comunidade sobre o tratamento do lixo e reciclagem”, indicou, aavançando, por outro, lado que as máquinas da empresa Ekonatura funcionam 100% à base de energia solar.
A Ekonatura nasceu em 2019, na comunidade de São Francisco, no âmbito do projecto Raiz Azul, financiado pela The Darwin Initiative, do Reino Unido, e implementado pela Associação Cabo-verdiana de Ecoturismo, em parceria com a Universidade de Cabo Verde.
A empresa recolhe garrafas de vidro e plásticos na comunidade e conta com parcerias com empresas de cerveja e de produção de água e refrigerantes que levam directamente os resíduos à Ekonatura.
CM/CP
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