Economia cabo-verdiana não tem estrutura produtiva para ter um crescimento de 15 a 17% – governador do BCV

Cidade da Praia, 07 Jun (Inforpress) – O governador do Banco de Cabo Verde (BCV) defendeu hoje, na cidade da Praia, que a economia cabo-verdiana não tem estrutura produtiva para ter um crescimento de 15 a 17 por cento (%) por ano.

Óscar Santos fez essa afirmação em declarações à imprensa na antecâmara da sua comunicação subordinada ao tema “A economia mundial e o impacto na economia de Cabo Verde”, no quadro do ciclo de conferências mensais denominado “Finanças em dia”, organizado pelo BCV.

“Não é possível que uma economia como a cabo-verdiana mantenha uma taxa de crescimento de 15 a 17% por ano, não tem estrutura para isso”, afirmou Óscar Santos, apontando que o “normal é que cresça abaixo ou acima do seu   potencial, “estimando há alguns anos”, que é de 4,5%.

“Em 2020 a economia teve uma quebra de cerca de 19%, em 2021 recupera 6% e depois supera as expectativas e aumenta 17%, sendo que a perspectiva para 2023 é que cresça 4,1”, explicou Óscar Santos, frisando que o crescimento de 17% verificado em 2022 foi uma circunstância “excepcional”.

Por sua vez, o vice-primeiro-ministro e ministro da Finanças, Olavo Correia, defendeu que do ponto de vista económico é preciso olhar Cabo Verde “de fora para dentro” e advertiu que o mundo está a viver numa tendência de desaceleração económica.

Por isso, apontou que há que se começar a aprender a viver com uma inflação mais alta nos próximos tempos e com o aumento das taxas de juro.

“Este é o mundo que temos à nossa frente. Temos que olhar para a economia cabo-verdiana no quadro deste contexto”, indicou.

O ciclo de conferências é definido como “um espaço de debate, com foco no futuro de Cabo Verde” e todos os meses será realizada uma conferência, com uma comunicação de uma personalidade especialista no tema.

De acordo com uma nota do Governo, pretende-se com esta iniciativa acrescentar conhecimento sobre os principais assuntos da actualidade, mas também dos desafios com que o futuro nos interpela diariamente.

OM/CP

Inforpress/Fim

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