Assomada, 03 Dez (Inforpress)- A presidente da Associação de Pais e Amigos de Crianças com Necessidades Especiais (Colmeia), Isabel Muniz, apelou sábado em Assomada (interior de Santiago) a uma sociedade “mais aberta e inclusiva” para acolher as pessoas com deficiências.
Em declarações à imprensa, momentos antes da marcha de sensibilização que percorreu pelas principais artérias da cidade de Assomada, Santa Catarina, para comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que vai ser celebrado este domingo, a responsável realçou o facto de qualquer cidadão poder estar na condição de deficiência.
Nesse sentido, Isabel Muniz apelou à “não discriminação”, quer na comunidade e quer nos recintos escolares, tendo, igualmente, instado a sociedade a trabalhar e a lidar com a diferença e não “atrapalhar” todo trabalho feito.
De acordo com a presidente da Colmeia, em Santiago Norte ainda existe muito estigma, por isso a organização tem levado todas as acções de sensibilização e comemorações para esta região, com o intuito de combater os estigmas sociais e os preconceitos que existem em relação à inclusão destas pessoas.
Ainda nesta região, sublinhou, é preciso trabalhar as questões de especialidades e estruturas de saúde e educação que não existem.
Para Isabel Muniz, fechar as crianças e pessoas com deficiência em casa não vai pôr fim aos estigmas e preconceitos, por isso, encorajou os familiares a levarem-nas para as ruas.
Os especialistas defendem que só assim se vai combater os estigmas e preconceitos.
Por seu turno, a vereadora do Desenvolvimento Social da Câmara Municipal de Santa Catarina, Isabel Monteiro, disse que autarquia está aberta a colaborar com associações, no sentido de aproximar as pessoas com deficiência e para que sintam integradas na sociedade, principalmente as crianças.
De acordo com a mesma fonte, em Santa Catarina, os pais não estão a esconder os seus filhos com deficiência em casa, sustentando que prova disso é a sua participação marcha e em outras actividades realizadas.
Mesmo assim, pediu aos pais e familiares a não deixarem as crianças com deficiência em casa, trazendo-as para a sociedade, tendo em conta que elas podem brincar, ir para a escola, conviver e estar com as crianças ditas normais.
Já as mães, que admitem que as pessoas ainda “estranham” os seus filhos, comprometeram-se a sair mais com eles, para além de leva-los às consultas.
Por outro lado, as mesmas que afirmam terem orgulho dos filhos, admitiram que as actividades do tipo realmente dão alegria e deixam os seus progenitores mais felizes.
O evento, realizado pela Colmeia, em parceria com o pelouro do Desenvolvimento Social da Câmara Municipal de Santa Catarina, enquadra-se nas comemorações no dia Internacional das Pessoas com Deficiência, assinalado este domingo, tendo contando ainda com actividades culturais, jogos e brincadeiras com o Palhaço XclumBumBa.
FM/JMV
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