CVB/Cinco Anos: Transição analógica para digital colocou País nos patamares mais importantes de África e mundial – presidente

Mindelo, 14 Abr (Inforpress) – O presidente do conselho de administração da Cabo Verde Broadcast (CVB) classificou a transição da televisão analógica para digital como dos “grandes ganhos” da empresa em cinco anos, colocando o País em “patamares importantes” em África e mundial.

Em entrevista à Inforpress, três dias depois de a CVB completar cinco anos de existência, Luís Ramos congratulou-se com o caminho percorrido até hoje, “cinco anos a subir e a descer montanhas, de sol e poeira, de muito sacrifício e entrega”, como disse, só possível, sintetizou, com uma equipa engajada.

A CVB é a empresa responsável pela implementação e gestão da Televisão Digital Terrestre em Cabo Verde e tem como “ambição maior” fazer da televisão digital um serviço universal em Cabo Verde, ou seja, levar a informação e os sinais de televisão a todos os cantos do arquipélago.

Hoje, segundo a mesma fonte, Cabo Verde está colocado entre os países mais avançados no processo de transição em todo o continente africano, e é o segundo país da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a fazer o ‘switch-off’ da TV analógica e a transição para o digital.

“Era um compromisso de Cabo Verde perante as instituições internacionais, como a União Internacional das Telecomunicações, a União Africana e a CEDEAO e nós fomos um dos primeiros países da nossa sub-região e de África a conseguir esse feito”, regozijou-se.

A taxa de cobertura populacional, que se situa em 98 %, é outro dos “grandes ganhos” assinalados por Luís Ramos, “apenas com a tecnologia TDT”, o que “poucos países” no mundo conseguiram.

A tendência, de acordo com os planos da CVB, é aproximar-se cada vez mais dos 100 % de cobertura da população e estender a rede de mais de 60 centros emissores em funcionamento em todo o País, com o objectivo de alargar a cobertura.

Luís Ramos explicou que a CVB tem estado a trabalhar na implementação de mais centros emissores para reduzir “as históricas zonas de sombra” existentes.

“Neste momento, a medida que vão surgindo pequenas zonas onde existe alguma dificuldade com o sinal tentamos resolver com a implementação de pequenos novos centros para eliminar as pequenas zonas de sombra”, referiu, numa alusão a algumas localidades das ilhas de Santo Antão e Santiago, de difícil acesso ou de pouca população.

O presidente do conselho de administração da CVB ilustrou com a ilha do Fogo onde recentemente foi resolvido um problema que existia na zona de Chã das Caldeiras.

“Nos próximos dias iremos resolver a zona de Lomba Tantum, na ilha Brava, que nunca antes teve acesso à televisão, ou seja, aos poucos aproximamos da ambição de ter cobertura populacional a 100 %”, reforçou.

Se quando surgiu, há quatro anos, a TDT oferecia apenas quatro canais, todos em definição standard, três dos quais de produção nacional e um de cooperação estrangeira, a RTP-África, hoje já são 14 canais.

“Passamos de três operadores nacionais para oito, desses dois são regionais na ilha do Sal, e cinco canais em alta definição (HD)”, concretizou, aliás, continuou, os canais regionais surgiram com a TDT, sendo um dos objectivos da CVB para os próximos tempos fomentar o surgimento de novos canais regionais e a produção de conteúdos nacionais e trabalhar para ter todos os canais nacionais no formato HD nos próximos tempos.

Um outro projecto da CVB é ter uma plataforma para disponibilizar esses mesmos conteúdos da TDT em formato online, através de aplicativos para móveis e para web, numa projecção para os próximos tempos, pois a missão da empresa, como referiu, é combater a infoexclusão, fomentar a pluralidade da informação, levar a informação a todos os cantos do País e fazer com que todos os cidadãos tenham acesso à informação.

Apesar daquilo que designou de “grandes ganhos”, Luís Ramos não esqueceu “algumas experiências negativas”, estas relacionadas com actos de vandalismo em determinados centros emissores, em São Vicente, ultimamente, e em Santiago, há algum tempo.

“As estruturas, os centros, pertencem à população e caso alguém tiver conhecimento da presença de pessoas estranhas próximos dos centros deve chamar as autoridades policiais”, apelou, pois, sintetizou, um acto de vandalismo leva a “muito prejuízo”, não só financeiro, pois muitas vezes são materiais que não existem no mercado nacional.

“Estamos, por isso, a estudar a melhor forma de garantir a segurança de determinados centros emissores”, finalizou Luís Ramos.

Para além dos 14 canais de televisão, o pacote da TDT inclui ainda sete estações de rádio.

AA/CP

Inforpress/Fim

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