São Filipe, 26 Nov (Inforpress) – O laboratório de virologia do hospital regional São Francisco de Assis retomou, quarta-feira, o processamento das amostras para testes PCR depois de duas semanas de inactividade.
O director do hospital Evandro Monteiro disse à Inforpress que o aparelho de maior capacidade do laboratório do hospital regional São Francisco Assis voltou a funcionar na normalidade tendo, na quarta-feira, analisado perto de uma centena de amostras cujos resultados são conhecidos hoje.
O aparelho instalado, um termociclador, tem capacidade para realizar 96 amostras/dia, mas os resultados são conhecidos somente à noite e por isso são contabilizados no boletim epidemiológico do dia seguinte.
Com a retoma do processamento das amostras a nível local os resultados são conhecidos de forma mais rápida e as pessoas testadas passaram a ter menos tempo de espera, mas para o director lembra que ainda existem amostras pendentes para serem analisadas, quer a nível local como as enviadas para a Cidade da Praia.
Na quarta-feira a ilha registou 50 novos casos da covd-19 num total de 106 amostras processadas sendo 47 no município de São Filipe num universo de 101 amostras, dois nos Mosteiros em quatro amostras e um em Santa Catarina do Fogo em igual número de amostras, e um total de 31 recuperados, todos do concelho de São Filipe.
As autoridades sanitárias reconhecem que o principal problema, de momento, prende-se com a permanência em isolamento domiciliar das pessoas que foram submetidas a testes PCR, mesmo que não tenham quaisquer sintomas, como forma de evitar a transmissão do vírus.
Igualmente reconhecem que algumas famílias passam por dificuldades e, por isso, no encontro realizado com a câmara de São Filipe ficou assente a ideia da mobilização de recursos para apoiar as famílias com mais necessidades, pelo menos, durante o período que esperam pelos resultados.
A delegada de Saúde de São Filipe, Joana Alves, disse que as chamadas telefónicas para as pessoas que aguardam pelos resultados não estão a resultar, porque não atendem ou quando o fazem estão fora das suas residências.
“As visitas a todos os casos activos não é possível neste momento porque até quarta-feira havia casos positivos em 32 localidades do município de São Filipe”, disse a delegada que pediu reforço de voluntários do conselho local da Cruz Vermelha, das igrejas e da câmara para poder fazer este serviço, sublinhando que há vários casos que precisam de acompanhamento social e psicológico.
Nos últimos três dias é visível o reforço de fiscalização na cidade de São Filipe e as autoridades sanitárias pedem “mãos duras” para os casos de incumprimento das medidas sanitárias, devendo a fiscalização ser estendida às localidades do interior já que há informações de que grupos organizados deslocam-se ao interior, sobretudo nos fins-de-semana, para promoverem festas.
O director do hospital afirmou que a meta de estancar a transmissão dentro de um mês é atingível e espera que por ocasião de natal a situação esteja revertida.
Com os dados divulgados esta quarta-feira a ilha passou a contabilizar um total de 1.303 casos acumulados da covid-19, desde o surgimento do primeiro caso a 17 de Agosto, sendo Santa Catarina com 43 casos acumulados, Mosteiros com 211 e São Filipe com 1.049 casos.
Há 1.069 recuperados, sendo 35 de Santa Catarina, 193 dos Mosteiros e 841 de São Filipe, e contabilizam-se seis óbitos em São Filipe (quatro), nos Mosteiros (um) e em Santa Catarina (um).
A ilha do Fogo regista 228 casos activos, sendo sete em Santa Catarina, 17 nos Mosteiros e 204 em São Filipe.
JR/HF
Inforpress/Fim