Abidjan, 02 Dez (Inforpress) – A Corporação Financeira Internacional (IFC na sigla em inglês), membro do Banco Mundial, tornou-se hoje o primeiro parceiro institucional do Compacto para Financiamento do Desenvolvimento para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, ou o Compacto Lusófono.
A parceria foi formalizada com a assinatura de um acordo entre o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o IFC, numa cerimónia em Abidjan transmitida ‘online’.
“Hoje anuncio que o IFC é a primeira entidade a ser admitida como parceira pela direcção do Compacto Lusófono”, disse o vice-presidente do BAD para os serviços corporativos e recursos humanos, Mateus Magala, que assinou o acordo em nome do BAD.
O Compacto Lusófono é uma iniciativa lançada no final de 2017 pelo BAD e pelo Governo português para financiar projectos lançados em países lusófonos com o apoio financeiro do BAD e com garantias do Estado português, que assim asseguram que o custo de financiamento seja mais baixo e com menos risco.
O principal objectivo da iniciativa é aumentar o desenvolvimento do sector privado nos seis países africanos de língua portuguesa – Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial – através de três instrumentos: mitigação de risco para desbloquear investimento, financiamento directo de investimentos privados e assistência técnica para reforçar o crescimento do sector privado.
Segundo Magala, o compacto nasceu da vontade de “reforçar laços económicos, promover o desenvolvimento do sector privado e a integração regional” dos países africanos de língua portuguesa (PALOP) e “está aberto a novos parceiros que contribuam para os principais objectivos da iniciativa”.
O acordo hoje assinado, sublinhou o responsável moçambicano, é um “marco significativo no sentido dos objectivos da iniciativa, enquanto capitaliza sinergias de outros parceiros, reconstruindo melhor para o benefício dos povos da África lusófona.
“Este marco notável irá maximizar o apoio e a prestação de um apoio adequado ao desenvolvimento acelerado do sector privado e à integração regional nos PALOP. A IFC traz a sua vasta experiência e conhecimentos globais no apoio ao desenvolvimento do sector privado”, acrescentou Magala.
Para o IFC, disse por seu lado o vice-presidente regional para África da organização, Sérgio Pimenta, o acordo “é particularmente importante quando África sofre o impacto da covid-19”.
“Temos de unir esforços para que possamos contribuir para o desenvolvimento sustentável do continente”, afirmou o português.
Sublinhando que os objectivos do Compacto Lusófono “estão muito alinhados com a abordagem e a estratégia do IFC em África”, Sérgio Pimenta disse que a organização “tem estado bastante activa nos países lusófonos.
“Mas este acordo permite-nos fazer ainda mais”, afirmou, recordando que em Moçambique o IFC lançou recentemente uma linha de financiamento para permitir a pequenas empresas aceder a financiamento para exportar os seus bens e que há dois anos abriu escritório em Angola, onde tem estado a aumentar a sua operação.
“Temos também estado envolvidos em outros PALOP e acredito que o Compacto será uma boa plataforma para trocarmos conhecimento, experiência e para depois co-financiarmos e apoiarmos os países no seu caminho do desenvolvimento”, acrescentou.
Inforpress/Lusa
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