Cidade da Praia, 18 Dez (Inforpress) – O conservador do Arquivo Histórico Nacional de Cabo Verde afirmou hoje que há necessidade de ter técnicos profissionais e técnicos superiores qualificados para darem resposta aos serviços de pré-arquivagem em todo o país.
Em conversa com a Inforpress, à margem do workshop “Documentos arquivísticos memória da sociedade – a importância da sua preservação”, na cidade da Praia, José Maria Borges Tavares afirmou que esta instituição, ao longo da sua criação, tem feito um trabalho “bastante meritório” para a preservação de todo o acervo do país.
José Maria Borges Tavares considerou que sem a prevenção dos documentos não há pesquisas daí a necessidade de fazer esse trabalho de pré-arquivagem, que, a seu ver, se for bem-feito contribuirá para fornecer informações relativas à história da nação, informações sobre a vivência, a forma de ser e de estar na sociedade e de todo o processo da construção do Estado da nação cabo-verdiana.
“Toda essa informação que é produzida e foi produzida ao longo dos anos, bem preservada e bem guardada, poderá nos fornecer informações a qualquer momento sobre a nossa situação enquanto povo”, afirmou.
Entretanto, para que este trabalho seja “bem-feito”, defendeu, é preciso apostar na formação dos técnicos do arquivo e ainda há necessidade de ter pessoas formadas nas instituições públicas e privadas, nos serviços centrais das autarquias locais para a preservação, produção do serviço de pré-arquivo.
Neste momento, reconheceu, o país não tem gente formada e qualificada nesta área, visto que a última formação que os técnicos do arquivo tiveram foi em 2005, e ainda não há formação para técnicos superiores no país.
Neste sentido, avançou que estão a programar para o próximo ano a abertura de um novo curso para técnicos profissionais e ainda estão a trabalhar com as instituições universitárias no sentido de em 2020 ministrarem cursos de pós-graduação na área de pré-arquivagem.
“Deste modo, estaremos a permitir que o país venha a ter gente formada para dar cobertura de Santo Antão a Brava em todas as instituições, lá onde é necessária, até para cumprir aquilo que o regime jurídico dos arquivos prevê que é a criação de arquivos locais, regionais para fazerem o serviço de pré-arquivagem”, salientou.
De realçar que este workshop acontece no âmbito da celebração do 31º aniversário da instituição, que acontece a 31 de Dezembro, mas cujas actividades de comemoração já estão a decorrer, sob o lema “ANCV 31 anos na salvaguarda da memória colectiva da Nação cabo-verdiana”.
AM/ZS
Inforpress/Fim