Lisboa, 27 Jun (Inforpress) – A Conferência dos Oceanos das Nações Unidas abriu hoje com um apelo a medidas urgentes para combater a emergência dos oceanos, com destaque para soluções inovadoras e orientadas para a ciência para inverter o declínio dos oceanos.
O apelo foi feito pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na Conferência dos Oceanos que decorre em Lisboa de hoje até 01 de Julho, justificando a urgência das medidas com as alterações climáticas, com a perda de biodiversidade e a poluição no oceano, considerando crítico para a segurança alimentar, crescimento económico e ambiente.
“Infelizmente, tomamos o oceano como garantido e hoje enfrentamos o que eu chamaria de ‘Emergência do Oceano’”, disse António Guterres, na abertura do evento, considerando que todos devem “mudar a maré”, porque “um oceano saudável e produtivo é vital para o futuro”.
Por o tema geral, “Reforçar a acção oceânica com base na ciência e na inovação, para a implementação do ODS 14 – Conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”, estar em linha com a década da ONU para o “Desenvolvimento sustentável para a ciência oceânica”, António Guterres sublinhou a “necessidade crítica” do conhecimento científico e tecnologia marinha para construir a resiliência do oceano.
“Os oceanos são centrais no equilíbrio geopolítico de poder”, considerou o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações iniciais, acrescentando que “cuidados de saúde, recursos económicos, energia, mobilidade, migrações, científica e desenvolvimento tecnológico, alterações climáticas, estão presentes no contexto ou no resultado de uma pandemia, de guerra e de crise”.
Cabo Verde participa na segunda Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, através de uma delegação chefiada pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e integrada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas e ministro do Mar, Abraão Vicente, e pelo ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.
Depois de, há cinco anos, ter decorrido em Nova Iorque a primeira Conferência dos Oceanos, Portugal, em conjunto com o Quénia, organiza o segundo encontro, sob o lema “Salvar os Oceanos, proteger o Futuro”.
O evento de cinco dias reúne políticos, entre os quais 25 chefes de Estado e de governo e uma centena de ministros, pelo menos 38 agências especializadas e organizações internacionais, quase 1.200 organizações não-governamentais e outras entidades, mais de 400 empresas e centena e meia de universidades.
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