Cidade da Praia, 21 Jun (Inforpress) – A Câmara Municipal da Praia (CMP) garante que as obras do edifício onde funciona a loja Bodona, no Centro Histórico do Platô, seguiu todos os seus trâmites legais e que a estrutura já tinha três pisos desde 2014.
Em comunicado enviado à Inforpress intitulado “combatendo o ruído, a desinformação e a mentira, para promover a verdade, a paz social e o serviço público”, a edilidade praiense esclarece que os proprietários requereram a ampliação vertical para mais quatro pisos, totalizando sete acima do solo.
“O processo seguiu todos os seus trâmites legais. A câmara procedeu dentro da legalidade aprovando os projectos e emitindo a licença de construção com base na lei e nos instrumentos de gestão territorial existentes”, lê-se no comunicado assinado pelo presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho.
“O prédio urbano Bodona é um edifício que já tinha sido construído em três pisos, já desde 2014, aquela fotografia com o Bodona ainda com um único piso térreo é de algo que já não existe há quase dez anos”, acrescenta.
Refere ainda que no quarteirão onde se encontra inserido o prédio urbano Bodona existe uma ampliação vertical de oito pisos acima do solo, desde 2016, e outras ampliações próximas concedidas pela câmara há já alguns anos.
Relativamente ao embargo solicitado pelo Instituto do Património Cultural (IPC), a Câmara Municipal “estranha” a postura, apontando que a referida obra foi iniciada, e quase concluída, com o IPC “por perto e sem dizer nada”.
Neste particular, a mesma fonte acrescenta ainda que várias obras foram executadas e outras em curso aqui na Praia, “sem que o IPC tivesse dito, escrito, perguntado, exigido o que quer que seja.
O documento esclarece ainda que quando veio a público informações sobre a eventual derrocada do referido prédio, a Câmara Municipal da Praia “muito rapidamente” criou uma equipa multidisciplinar, constituída por técnicos da Protecção Civil, Bombeiros, Direcção de Infra-estruturas e Transportes, Direcção de Urbanismo, para averiguar e aferir sobre a segurança da estrutura.
“O engenheiro responsável pela execução da obra garantiu à câmara municipal que não houve nenhuma derrocada, declarando que a escavação foi feita para se averiguar a infiltração no edifício, e que a mesma não põe em causa a segurança da estabilidade do prédio”, informa.
Na semana passada, o Instituto do Património Cultural (IPC) pediu, junto da Câmara Municipal da Praia, o embargo das obras do edifício onde funciona a loja Bodona, no Centro Histórico do Platô.
Na nota enviada à autarquia praiense, o IPC alega que as intervenções que estão a ser realizadas no referido edifício não cumprem com as directrizes do restauro de edifícios situados em centros classificados como históricos estipulados por lei.
A instituição do Estado de Cabo Verde responsável pela política de gestão do legado patrimonial cultural nacional adianta que o Centro Histórico da Praia foi classificado como Património Histórico Cultural Nacional através da Resolução nº 67/2013, de 17 de Maio, estando o Centro Histórico da Praia na Lista Indicativa (desde 2004).
Por outro lado, realça que o mesmo reúne os requisitos para uma futura candidatura a Lista do Património Mundial da Unesco, e quiçá, ostentar o título de Património da Humanidade, à semelhança da Cidade Velha.
De referir que o edifício, que era uma casa de um único piso e com telhado, foi remodelado há alguns anos, tendo sido transformado num prédio de três pisos, e neste momento encontra-se em obras com a colocação de três novos pisos.
O mesmo fica atrás da ex-reitoria da Universidade de Cabo Verde, actual Ministério de Modernização do Estado e da Administração Pública, tem gerado alguma polémica nas redes sociais devido à derrocada de parte da parte traseira, com muitas pessoas a considerarem que há ali um perigo iminente.
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