Cinema: “Fazer filme em Cabo Verde não é uma tarefa fácil” – jovem cineasta Lony Alves

Assomada, 19 Mar (Inforpress) – O jovem cineasta Lony Alves admitiu hoje em entrevista exclusiva à Inforpress que fazer filme em Cabo Verde não é uma tarefa fácil, apontando a aquisição de equipamentos para a produção como “maior desafio” do sector cinematográfico no País.

“Fazer filme em Cabo Verde não é uma tarefa fácil. O primeiro motivo é a aquisição de equipamentos para a produção. Os equipamentos já são caros e temos que os comprar no estrangeiro, através de uma empresa nacional”, afirmou o jovem realizador e produtor foguense.

“Entendo que isto também gera lucros para as empresas, mas, esquecem que através de uma empresa o preço se torna o dobro ou quase o triplo do que se encontra nos sites. Por exemplo, comprei o meu computador que no site custava cerca de 80 mil escudos e através de uma empresa nacional acabou custando 173 mil escudos e mais 27 mil para chegar em Cabo Verde”, continuou o jovem confesso fascinado pelo cinema e pela arte.

Daí, a razão que leva este jovem argumentista que lançou este sábado o terceiro filme da carreira “A Universitária”, e que conta com mais dois já escritos, reafirmar que “fazer filme em Cabo Verde não é uma tarefa fácil”, sobretudo no que tange à aquisição de equipamentos para a produção, para quem são “caríssimos”.

Ou seja, ajuntou que para quem está nessa área e tem projectos em audiovisual fica complicado adquirir tais equipamentos.

“A Universitária”, a terceira longa-metragem do jovem cineasta, e primeiro suspense cabo-verdiano estreou-se no sábado, no Auditório do Liceu Amílcar Cabral, em Assomada, Santa Catarina (Santiago).

A segunda das três exibições deste filme que utilizou “equipamentos básicos”, ou seja, duas câmaras [de amigos], dois tripés e um led, acontece hoje, no Cinema do Plateau, Cidade da Praia, e a terceira 25 de Março, na Casa das Bandeiras, em São Filipe, ilha do Fogo.

Com argumento e produzido pelo próprio, “A Universitária” que foi rodado em Santa Catarina, com cenas gravadas na própria Universidade de Santiago (US) e em alguns bairros da cidade de Assomada, contou com cerca de 35 actores, dois dos quais são profissionais, sendo a maioria alunos da US.

“A Universitária é uma estória fictícia que criei, juntando a parte de que o antigo hospital de Santa Catarina era onde hoje é a Universidade de Santiago, esta coincidência me fez inspirar e criar uma estória naquele espaço”, refere o realizador na sinopse do filme na língua cabo-verdiana (crioulo), que vai contar com legenda em português e futuramente em inglês.

A produção do filme, segundo Lony Alves, não foi fácil, apontando “muitos contratempos”, sobretudo a nível de equipamentos, desmotivações por parte de muitas pessoas e falta de apoios das instituições que, no seu entender, deveriam apoiar, mas que não o fez, sem mencionar nomes das mesmas.

Nascido em Santa Filomena no dia 24 de Setembro de 1990 na ilha do Fogo e actualmente residente em Santa Catarina de Santiago, tem trabalhado sobretudo com marketing e engenharia informática na sua empresa “Dan Fala Studio”.

É licenciado em Marketing e Multimédia pela Universidade de Santiago, e é também designer gráfico, fotógrafo, marketeer, produtor de conteúdos audiovisual e produtor de eventos.

Antes de “A Universitária” fez mais duas longas-metragens “Infância por um Fio” realizado na ilha do Fogo em 2017, e em 2021 “Dança ta mora na mi” (a dança vive em mim, em português).

FM/ZS

Inforpress/Fim

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