Cardeal quer que Governo e sociedade civil façam mais para que o desenvolvimento seja equilibrado e com menos assimetrias

Cidade da Praia, 27 Jan (Inforpress) –  O cardeal Dom Arlindo Furtado exortou hoje o Governo e a sociedade civil “a fazer mais” para que o desenvolvimento global seja mais equilibrado e com menos assimetrias, para combater o desemprego e o nível e qualidade de relações humanas.

Dom Arlindo Furtado fez estas considerações durante a abertura do VI Encontro do Conselho Permanente dos Bispos da África Ocidental, que decore até terça-feira, no Seminário São José, na capital cabo-verdiana, onde apelou à aposta em formação profissional à altura das suas necessidades, menos violência, mais respeito e solidariedade, fraternidade e pelo outro, e mais Deus.

Considera que este encontro irá ajudar o Governo e a população cabo-verdiana a conhecer melhor, tanto as estruturas políticas e económicas como as autoridades eclesiais da sub-região, para permitir aos membros da comunidade estar bem em todos os lados.

É que deste encontro, os representantes dos países da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) vão debruçar-se tanto sobre os assuntos relacionados com a igreja, mas também debater temas diversos da sociedade.

O mais alto representante da igreja católica em Cabo Verde descreve como “dramático” o problema por que passa a África, relacionado com conflitos, tráficos, drogas e violência de entre outros males.

É que para o cardeal, a igreja não pode limitar-se apenas a sacristia e ao anúncio da palavra de Deus no seu sentido estrito, mas sim no sentido de procurar libertar a pessoa humana integral, ainda que os políticos tenham maior responsabilidade na questão do desenvolvimento social, económico, educação, profissional.

Daí sublinhar a necessidade de os governos auscultar a igreja, quando necessário, para melhor cumprir o seu papel, ressalvando, também, para que a igreja, exerça a sua cidadania activa, quer como indivíduos, quer como organismos, humano e social e eclesial para que as pessoas tenham melhores condições de viver com melhor dignidade no seu próprio país.

“A emigração é um dado natural, mas não pode ser forçada. Deve acontecer de uma forma espontânea, conforme a opção de cada um”, asseverou Dom Arlindo, para quem Cabo Verde é uma referência em democracia, não só para a região, mas também no continente em si, ao mesmo tempo que exorta o Governo e a sociedade a fazer mais para que venha haver menos desequilíbrio social.

Dom Arlindo Furtado admitiu que a igreja em Cabo Verde, durante muito tempo, esteve de costas viradas para a África, mas que após a sua nomeação como Bispo da Diocese do Mindelo, a Santa Sé mostrou muito interesse para que este arquipélago sentisse inserido no contexto da sub-região.

Disse que Cabo Verde encontrou uma grande abertura nos integrantes da sub-região africana para que o país entrasse, já de forma efectiva, tendo enaltecido a forma como a Conferência Episcopal da Língua Inglesa (RECOWA) se juntou à Conferência Episcopal da Língua Francesa (CEREAO) da qual Cabo Verde e Guiné-Bissau estão inseridos.

Durante o VI Encontro do Conselho Permanente dos Bispos da África Ocidental os bispos irão abordar temas como a família, a juventude, a pastoral social e farão uma análise da situação política nos respectivos países.

SR/CP

Inforpress/Fim

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