Cidade da Praia, 17 de Jul (Inforpress) – A Cadeia Central da Praia vacinou hoje a sua população prisional de 1.136 reclusos, entre os quais 22 são do sexo feminino.
Segundo o director-geral dos Serviços Prisionais, Paulo Tavares, neste momento, nas restantes cadeias do País, excepto a de Santo Antão, todos os presos já foram vacinados.
Relativamente aos funcionários, adiantou que todos já apanharam a primeira dose da vacina e que o objectivo é de imunizar toda a população prisional e os respectivos funcionários.
Instado por que razão a cadeia da Ponta do Sol, em Santo Antão, ainda não foi contemplada, explicou que isto se deve ao facto de ter havido uma contaminação interna pela covid-19 e, por isso, afirmou, há que aguardar por um período de seis meses antes de serem ministradas as vacinas.
Os reclusos, conforme informou Paulo Tavares, têm aderido livremente à vacinação.
“O recluso perdeu a liberdade, mas tem todos os outros direitos. Ele tem o direito de se manifestar que não quer ser vacinado”, admitiu aquele responsável, garantindo, entretanto, que, graças ao trabalho de sensibilização e informação, o pessoal está a aderir em massa.
Ressaltou, ainda, que o desejo de os reclusos em serem vacinados se deve também ao facto de quererem que a situação da pandemia se normalize para que possam começar de novo a receber visitas dos familiares e amigos.
“Neste momento, as visitas às cadeias estão suspensas e, se calhar, uma das condições para a reabertura será a exigência de os visitantes estarem vacinados”, indicou.
Na Praia, de acordo com Paulo Tavares, os presos com mais de 60 anos e os portadores de doenças crónicas já tinham sido vacinados em Fevereiro.
O senso prisional 2018 revela que todas as prisões nacionais se encontram em situação de superlotação, ou seja, a população prisional é superior às capacidades instaladas.
O director-geral dos Serviços Prisionais confidenciou à imprensa que, neste momento, a população prisional, a nível nacional, é de cerca de 1770 reclusos.
Instado no que concerne à sobrelotação da Cadeia Central da Praia, a maior do País, Paulo Tavares reconheceu a situação existe, mas que se vai fazendo a gestão dos que lá estão.
Confrontado com a situação de excesso dos presos nas celas, num momento em que Cabo Verde está a braços com a pandemia de covid-19, defendeu que a gestão desta doença nas cadeias “é mais fácil do que se pensa”.
“Quando temos uma cela com um contaminado, esta é isolada imediatamente”, informou Paulo Tavares.
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