Porto Inglês, 18 Mai (Inforpress) – O director geral das Telecomunicações e Economia Digital, João da Luz Ramos, considerou esta quarta-feira, data em que se celebra o Dia Internacional das Telecomunicações, que Cabo Verde está a dar saltos qualitativos e quantitativos neste ramo.
Em entrevista à Inforpress, o responsável assegurou que o país está “bem servido” em termos de telecomunicações, não obstante algumas reclamações, salientando que neste momento, Cabo Verde está nos lugares cimeiros do continente africano em termos de acesso às telecomunicações e que em termos de penetração do serviço de acesso à Internet situa-se em torno de 84 acessos por 100 habitantes, o dobro da média africana, e a 20% a nível da média mundial.
Avançou ainda que de acordo com o relatório da Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME), no quarto trimestre de 2022, a taxa de cobertura de telemóvel foi de 103%. Para João da Luz Ramos, desde a abertura do mercado das telecomunicações Cabo Verde tem “progredido bastante” a este nível, enfatizando que hoje em dia muitos cabo-verdianos têm acesso a vários serviços on-line sem terem que se deslocar a nenhum lugar, graças à implementação das novas tecnologias no país.
Lembrou que tudo isso se deve à abertura da concorrência e vantagem competitiva no sector, que possibilitou a liberdade de escolha dos cabo-verdianos que antes desta época pagavam, por exemplo, por um cartão sim valores avultados, mas que hoje em dia isso é praticamente gratuito.
Aquele responsável fez saber ainda que o Governo está a levar a cabo dois projectos que neste momento encontram-se em estudo e com o apoio do Banco Mundial (BM), denominado “literacia e inclusão digital”, com vista a possibilitar que todos os cabo-verdianos adquiram o conhecimento e habilidades digitais adequados, capazes de usufruírem dos serviços digitais disponíveis e o outro projecto tem que ver com a transformação digital das empresas (PMME).
Ambos os estudos visam apontar ao Governo o caminho a percorrer no processo construtivo de implementação de literacia e inclusão digital dos seus cidadãos e das PMME, sustentou, por outro lado, que o Governo almeja até 2030, ter uma sociedade totalmente digital, o que implica que todos estejam minimamente capacitados em termos de conhecimento e acesso ao mundo digital.
O DG das Telecomunicações e Economia Digital destacou, por outro lado, os “grandes investimentos” feitos e que continuam a ser levados a cabo pelo Governo, em especial nas infraestruturas e conectividade, com realce para a ligação aos cabos submarinos de fibra óptica de última geração e os parques tecnológicos da Praia e do Mindelo com modernos ‘data center’.
Destacou ainda investimentos em vários programas de capacitação em curso para os jovens o que tem permitido a criação de statups de base tecnológicas que hoje prestam serviços de Cabo Verde para vários países do mundo.
Sublinhou ainda que o objectivo do executivo é tornar Cabo Verde num ‘hub’ de conectividade e de serviços digitais para o mundo em especial para a sub-região africana.
Questionado sobre o facto de em algumas localidades ainda haver pessoas com dificuldades de aceder ao serviço digital da rádio e da televisão por causa de zonas sombra, João da Luz Ramos fez saber que, de acordo com os dados da CV BroadCast, 98% do território nacional está coberto com Televisão Digital Terrestre (TDT).
Há nesse momento um investimento feito pelo Governo através da CVB que visa fechar e aproximar dos cem por cobertura populacional do TDT. “De todo modo, a esse respeito, o Governo está satisfeito porque Cabo Verde é um dos poucos países no mundo em que, quase 100% da sua população está coberta com TDT”, sustentou.
Ao destacar a importância da efeméride que hoje se celebra, João da Luz Ramos fez saber que enquadrado no Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS) II, o Governo prevê que até 2030 Cabo Verde seja uma nação digital global, e para alcançar esta meta, o executivo traçou uma política assente em três pilares, quais sejam as infra-estruturas e conectividade, a capacitação “literacia e inclusão digital” e o service provision.
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