Cidade da Praia, 25 Jan (Inforpress) – A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas (SNU) em Cabo Verde afirmou hoje que o arquipélago tem condições para ser o primeiro país africano a erradicar a pobreza extrema até 2026, alinhando as prioridades com o próximo PEDS.
A constatação foi feita por Ana Graça, esta tarde, na Praia, no final do retiro anual para lançar o processo do Novo Quadro de Cooperação entre as Nações Unidas e Cabo Verde, para o quinquénio 2023-2027, que deixou uma série de recomendações.
“As primeiras recomendações emanaram muito das directivas e orientações do Governo para o próximo Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável, portanto alinhar as prioridades do sistema das Nações Unidas integralmente ao que virá a ser o próximo Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS)”, referiu.
Tendo em conta a importância do País erradicar a extrema pobreza até 2026 para a inclusão dos mais vulneráveis, defendeu que é necessário implementar programas estruturantes ligados à questão do desenvolvimento do capital humano e social para que o arquipélago possa atingir essa meta.
Neste sentido, assegurou que o Sistema das Nações Unidas vai apoiar Cabo Verde até 2027, sendo certo que o arquipélago tem condições de ser o primeiro país em África a atingir o ODS número 1.
Segundo a coordenadora, os objectivos estratégicos devem estar alinhados às prioridades do Governo, crescimento económico inclusivo deve ser assente no crescimento e protecção do ambiente, da economia verde e azul, para garantir a maior sustentabilidade desse crescimento e da criação de empregos ancorados à economia azul e verde.
Por outro lado, defendeu a continuidade e reforço do apoio à boa governação, modernização e digitalização da administração pública para que Cabo Verde possa continuar a ter serviços “mais eficientes e acessíveis” a todos e promover também essa governação e modernização em termos das oportunidades da economia digital ao serviço do sector privado.
Em termos da implementação, defendeu que o País deve ser “mais ambicioso”, sendo que é uma exigência da Agenda 2030, da reforma do Sistema das Nações Unidas e pela necessidade de se revitalizar o multilateralismo de modo a contribuir para o quadro de cooperação com as Nações Unidas (NU), mas também para que o Governo consiga alcançar os ODS.
“Isso significa que podemos trabalhar em projectos muito concretos e muito mais estruturantes de uma forma focada, priorizada para que tenham mais impactos e sejam mais transformadores para o desenvolvimento sustentável em Cabo Verde, ancorado também em novas parcerias e usando as Nações Unidas para novas parcerias com instituições financeiras como forma de conseguir potencializar mais resultados e complementar os apoios e investimentos”, apontou.
Entretanto, avançou que as NU estão alinhadas, preparadas, com mais ambição para contribuir na implementação do PEDS2 para o próximo quinquénio ciente das dificuldades do arquipélago, da situação pandémica que se vive ainda e da especificidade do estado insular.
Considerou que 2022 vai ser ainda um “ano desafiante”, e que as NU vão apoiar o País a recuperar e retomar, mas também lançar as bases para esta transição e para um desenvolvimento mais inclusivo e justo.
AV/ZS
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