Cabo Verde prepara lançamento da primeira candidatura ao registo Memória do Mundo da Unesco

Cidade da Praia, 20 Mar (Inforpress) – O Comité Nacional Cabo-verdiano da Memória do Mundo (CNC-MEMU) definiu como principal desafio para este ano o lançamento da primeira candidatura ao Registo Memoria do Mundo, a ser submetido na próxima chamada da Unesco, em 2024.

É com este propósito que o Comité iniciou hoje, na Cidade da Praia, um workshop de reforço das capacidades dos actores envolvidos na salvaguarda do património documental em Cabo Verde, com duração de uma semana.

Em declarações à imprensa, o secretário executivo do Comité Nacional da Memória do Mundo, José Évora, explicou que o workshop promovido pelo este comité, criado em 2020, visa, em primeiro lugar, sensibilizar as instituições de custódio que lidam com a questão do património documental.

“Para que, chegando a altura de lançar essas candidaturas, este comité esteja em condições de apresentar à Unesco as propostas que foram apresentadas por Cabo Verde”, afirmou.

O workshop, que conta com dois consultores internacionais, está direcionado aos membros do comité, que, por sua vez, vão replicar a mesma formação aos gestores do património documental na ilha de Santiago e em São Vicente.

José Évora destacou o trabalho da Fundação Amílcar Cabral, que se encontra, como referiu, “bastante avançado” no processo para a constituição de um dossiê relativamente aos escritos de Amílcar Cabral que pretendem apresentar à Unesco para a memória da humanidade.

“Mas também o Arquivo Nacional de Cabo Verde já está a preparar um dossiê relactivamente à escravatura, que é um documental pertinente para Cabo Verde e para o mundo”, avançou a mesma fonte, que pediu às demais instituições e outros investigadores individuais que possuem algum documental que apresentem propostas de candidatura a serem submetidas à Unesco.

Por sua vez, a presidente do Instituto do Património Cultural (IPC), Ana Samira Baessa, em representação do ministro da Cultura, lembrou que no percurso de protecção e valorização de património cultural Cabo Verde já aderiu às “mais importantes convenções” da Unesco.

Apontou como exemplo a adesão do País à Convenção do Património Mundial, Cultural e Natural, de 1972, à Convenção do Património Cultural Subaquático, de 2021, a Convenção para Salvaguarda do Património Imaterial, de 2003, e a Convenção para Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, de 2025.

Entretanto, ainda que perante “parcos recursos” existentes no país, que “podem de alguma forma colocar o património documental perante inúmeras ameaças”, nomeadamente de desaparecimento, destruição ou de estarem simplesmente confinados a museus e bibliotecas, secretário executivo do Comité Nacional da Memória do Mundo garantiu “forte engajamento” do Governo com vista ao “pleno funcionamento” deste comité nacional.

ET/AA

Inforpress/Fim

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