Cabo Verde leva à CEDEAO sua experiência de país com uma “boa política sanitária”

 

Cidade da Praia, 18 Abr (Inforpress) – Cabo Verde levou à CEDEAO sua experiência de país com uma “boa política sanitária”, tema que, segundo o deputado Carlos Delgado, granjeou “grande atenção” por parte dos participantes de um encontro, ocorrido 14 e 15, em Monróvia, Libéria.

Em conferência de imprensa hoje, na Cidade da Praia, Carlos Delgado, na qualidade membro da Comissão Mista de Saúde, Serviços Sociais e Comércio, Alfandegas e Livre Circulação de Pessoas e Bens do Parlamento da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), disse que Cabo Verde, na pessoa do deputado Orlando Dias, apresentou o tema “A política sanitária em Cabo Verde e sua contribuição na média sanitária regional”.

“Tendo em conta os indicadores de saúde verificados nesses últimos anos em Cabo Verde, o tema mereceu grande atenção por parte dos participantes”, precisou Carlos Delgado, acrescentando que na sub-região existem países com uma taxa sanitária “muito baixa” e citou exemplos de Estados onde se verifica um médico por cada 250 mil habitantes.

Segundo aquele parlamentar, em todos os indicadores de saúde, o arquipélago “está melhor posicionado na região”.

“Temos uma esperança de vida de 72 anos contra 52 na média regional”, indicou Carlos Delgado, lembrando que o país tem um médico para cada 1500 habitantes.

No que tange a medicamentos falsos e fora do prazo, Cabo Verde, de acordo com o deputado, regista uma “taxa muito baixa”.

“A taxa de prevalência de produtos contrafeitos e fora de prazo no espaço da CEDEAO situa-se entre os 30 e 50 por cento”, afirmou Carlos Delgado, citando um estudo apresentado por um perito durante o fórum de Monróvia.

Revelou ainda que em relação aos medicamentos antipalúdicos falsificados, só em 2016 atingiram uma taxa de comercialização no espaço da CEDEAO entre 60 e 70 por cento, colocando em risco milhões de pessoas no oeste africano.

“Setenta por cento dos antibióticos comercializados no espaço da CEDEAO são contrafeitos ou fora do prazo, o que faz com que a taxa de resistência aos antibióticos seja muito elevada nessa sub-região”, apontou.

Perante esse dado, foi recomendado um “cerco mais apertado” às fronteiras da sub-região, de modo a evitar a circulação dos referidos medicamentos.

Foi igualmente sugerida aos estados membros a institucionalização de sanções uniformes, bem como a harmonização das legislações nacionais em matéria farmacêutica, como forma de combater a venda de medicamentos falsos e fora do prazo.

No final do encontro, foi criada uma comissão integrada pelo vice-presidente do Parlamento da CEDEAO, Orlando Dias, tendo em conta a “boa posição” em que se encontra Cabo Verde ao nível sanitário.

A indústria farmacêutica cabo-verdiana, segundo Carlos Delgado, é muito bem classificada ao nível da CEDEAO e, por isso, com o cerco aos produtos falsificado, o país pode expandir o seu negócio neste ramo.

LC/CP

Inforpress/Fim

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