Cabo Verde já solicitou ao Parlamento da CEDEAO um “tratamento diferenciado” a nível da infraestruturação da sub-região – Orlando Dias

Cidade da Praia, 11 Jun (Inforpress) – O vice-presidente do Parlamento da CEDEAO, Orlando Dias, disse hoje, na cidade da Praia, que Cabo Verde já solicitou à instituição um “tratamento diferenciado” a nível da infraestruturação da sub-região devido à sua condição insular e periférica.

Em conferência de imprensa, Orlando Dias acrescentou que esta posição foi manifestada num relatório apresentado durante a primeira sessão ordinária deste ano do parlamento comunitário, que decorreu entre 10 e 28 de Maio em Abuja, na Nigéria.

De acordo com a mesma fonte, sendo Cabo Verde o único país da sub-região que é insular e periférico, tem problemas em ser beneficiado em programas de infra-estruturas como a construção de estradas e ligações energéticas.

“Por isso é que Cabo Verde fez questão de vincar no parlamento e em outras instituições comunitárias que precisa de uma compensação pela sua especificidade”, esclareceu o deputado.

E esta compensação, segundo este representante de Cabo Verde no Parlamento da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), passa por uma maior aposta no turismo, nas ligações marítimas e aéreas, através de programas e projectos de investimentos para compensar a descontinuidade territorial.

“Se não somos beneficiados com infra-estruturas rodoviárias e energéticas, então a aposta da CEDEAO deverá ser no turismo, nas ligações marítimas e aéreas, nas energias renováveis e na dessalinização de água”, defendeu, considerando que isso vai possibilitar um equilíbrio no processo de desenvolvimento dos países da comunidade.

No entanto, garantiu que há abertura total dos comissários da CEDEAO e que tudo indica que Cabo Verde vai ser beneficiado com projectos que vão levar em conta as suas especificidades, enquanto país arquipelágico.

“Há aberturas e esperamos que isso seja efectivado brevemente, e o novo presidente da CEDEAO já manifestou o interesse em visitar Cabo Verde”, disse Orlando Dias.

Em relação ao objectivo da implementação da moeda única na sub-região, que passa pela convergência Económica, Orlando Dias explicou que a concretização deste processo passa pela harmonização de um conjunto de critérios e procedimentos económicos estipulados pela CEDEAO.

De entre esses critérios, apontou que o rácio da convergência em relação ao défice orçamental não deve ultrapassar os 4 por cento (%), a inflação não pode ultrapassar 5%, a dívida pública deve situar nos 70%, as reservas brutas não devem ser inferiores a seis meses e o financiamento do Banco Central em termos de receitas tributárias do ano anterior não deve ser superior a 10%.

A fonte considerou ainda que se todas essas condições forem definidas, Cabo Verde não tem “nenhum problema” em fazer essa convergência económica, ressalvando que é preciso muito caminho até chegar a esse objectivo e que os interesses nacionais têm que ser levados em conta.

Durante esta primeira sessão, os deputados dos 15 países comunitários debruçaram-se sobre o plano estratégico da comissão da CEDEAO, analisaram o relatório, debateram e adoptaram os relatórios apresentados pelos deputados dos países membros.

A próxima sessão do parlamento da CEDEAO vai acontecer de 11 a 22 de Setembro em Abidjan, na Costa do Marfim.

OM/ZS

Inforpress/Fim

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