Cidade da Praia, 15 Nov (Inforpress) – O País ainda se encontra no “processo mediano nas grandes reformas estruturais” no sector empresarial, e esta posição levará as empresas a “sofrer profundamente” com as novas medidas de reforma.
A declaração foi feita hoje pelo presidente da Câmara de Comércio do Sotavento (CCS), Marcos Rodrigues, na Cidade da Praia, à imprensa à margem da abertura da conferência sobre “O Ambiente de Negócios em Cabo Verde”, realizada em parceria com a Unidade de Competitividade e enquadrada nas jornadas técnicas da XXVI edição da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), que acontece de hoje a sábado, 18.
O presidente da CCS disse que convém acompanhar as grandes reformas impostas ao sector, visto que as mesmas implicam igualmente “transformações substanciais” nos recursos humanos.
Ou seja, segundo o empresário, os Estados têm de estar preparados para oferecer “alguma sustentabilidade” à economia do país, levando em conta as medidas implementadas nos mercados internacionais, como a redução da carga horária, levando a transformação do “negócio para ócio”.
“No ponto de vista das indústrias há também desafios enormes da robotização e inteligência artificial que irá fazer cair substancialmente os recursos humanos que são afectos à produção, e essa reforma tem de ser pensada e discutida e como Cabo Verde irá mitigar essas situações” avançou, ressaltando a importância de acompanhar as evoluções.
“Somos um país essencialmente de transação comercial, ou seja, de importação para comercializar e somos um país profundamente industrializado, de forma que estas reformas vão acontecer rapidamente” alertou Marcos Rodrigues, apelando aos Governos a fazerem a transição da segunda para quarta fase da revolução industrial, resultando assim no desenvolvimento do mercado.
Alertou que na mesma linha das reformas haverá perdas de emprego, ou seja, conforme sublinhou, as pessoas terão de criar as próprias condições de sustento, referindo-se também às taxas dos robôs nas grandes transformações industriais.
Presente no evento, a secretária de Estado do fomento Empresarial, Adalgisa Vaz, assegurou que o Governo tem contemplado, desde de 2016, diversas acções de melhorias do ambiente de negócio no Orçamento do Estado (OE), ao eleger o sector empresarial como o “motor de crescimento”
“Temos vários incentivos fiscais, incentivos ao investimento, medidas de apoio para internacionalização das empresas e reformas que estão em curso para reduzir a burocracia, redução dos custos de factores de produção a nível de eletricidade, água, transportes” apontou.
Pela característica dimensional do sector, no seu entender, a reforma passa pela redução dos factores de risco à vida das empresas, asseverando que o Orçamento do Estado para 2024, à semelhança dos restantes, reconhece a importância da classe e cabe ao sector, indiciou, acompanhar as pegadas do Governo.
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