Brava: População bravense clama pela resolução do problema de água

Nova Sintra, 07 Abr (Inforpress) – A população bravense clama pela resolução do problema da água que tem afectado, nos últimos tempos, a produção agrícola, assim como a criação de animais, além de não ter chegado em quantidade suficiente para o consumo.

Em declarações à imprensa alguns moradores de Nova Sintra, agricultores e moradores de outras localidades contaram a situação que têm vivido nos últimos dias devido à escassez de água ou mesmo a “fraca” intensidade com que este bem tem chegado às residências, não tendo força para subir nos tanques, principalmente os do primeiro piso.

O agricultor Flauvino Mendes considerou que a situação da água na Brava se encontra de “mal a pior”, principalmente para os agricultores que investem com a intenção de obter lucros.

“Fica difícil com a falta de água trabalhar para obter lucros e a cada dia as perdas são incalculáveis porque as plantas não encontram água suficiente para se vingarem e dar frutos que sirvam para serem comercializados”, disse a mesma fonte, acrescentando que na sua horta batata comum, cebola, entre outros produtos estão a perecer devido à falta de água.

Não somente os agricultores, mas também os moradores já estão a sentir esta dificuldade, como é o caso de Emanuel Burgo que apontou o facto de a água não estar a chegar nos tanques no primeiro piso, sendo “obrigado” a recorrer a um serviço de auto-tanque privado para se abastecer semanalmente e uma tonelada custa cerca de dois mil escudos.

Neste sentido, este morador apelou à procura de uma solução que não seja muito cara, justificando que a maioria das famílias bravenses “não possuem condições de pagar este preço para adquirir uma tonelada de água semanalmente”.

Já Helena, moradora de Cachaço, declarou que na zona, nesta época, sempre enfrentam “grandes dificuldades”, não só com a falta de água, mas também com a quantidade disponibilizada, e muitos moradores não conseguem encher as suas vasilhas para o consumo, quanto mais para dar ao gado.

Por isso, disse estar consciente de que mais a frente a tendência é piorar, situação esta que está a suscitar “bastante inquietação” no seio dos moradores, tendo em conta que na zona a actividade económica predominante e que garante o sustento das famílias é a criação de gado.

A Inforpress contactou a Águabrava e a responsável na ilha, Ilda Solidade, explicou que nesta época sempre há problemas com água porque muitas pessoas, mesmo que não dedicam o ano inteiro à agricultura, costumam plantar algumas verduras e mesmo que a água for disponibilizada, além de encherem vasilhas para o consumo procuram também regar as suas áreas verdes.

A mesma fonte destacou ainda que a Águabrava não possui a responsabilidade de distribuir água de rega, tendo o compromisso com cerca de seis a oito agricultores, mas que os restantes normalmente usufruem da tarifa normal.

Quanto ao abastecimento com autotanques, enfatizou que a Águabrava também possui um camião cisterna, mas que pontualmente surgem alguns clientes a solicitarem o seu serviço, pois este leva grande quantidade de água e normalmente é utilizado para colocar água nos reservatórios das zonas que enfrentam maiores dificuldades com a água, nomeadamente Baleia, Garça e entre outras.

De realçar que o projecto de dessalinização de água, que vai ser construído na localidade de Furna, ficará concluído em 2023, segundo informações do ministro da Agricultura e Ambiente, no passado mês de Março aquando da sua visita à ilha, um projecto que vai resolver definitivamente a questão da quantidade e a da qualidade da água na Brava.

MC/ZS

Inforpress/Fim

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