Brava: Peixeiras pedem resolução da problemática do escoamento do pescado para outras ilhas

Nova Sintra, 04 Out (Inforpress) – Um grupo de peixeiras e pescadores da ilha Brava demonstrou-se hoje “indignado” com os constrangimentos que enfrentam para escoar o pescado para Fogo ou ilha de Santiago e apelam para a resolução deste problema.

Este grupo procurou hoje a imprensa para denunciar a situação por que passa a classe no que tange ao escoamento do pescado da Brava para ilhas vizinhas, que muitas vezes, por falta de cumprimento por parte da CV Interilhas acabam por ficar prejudicados.

Sheila da Rosa, porta-voz deste grupo, explicou que fazem ordem de embarque das cargas e nem sempre o navio que faz a ligação Brava – Fogo – Praia as levem para o seu destino, neste caso o cais do Fogo ou da Praia no dia combinado mediante o documento que é entregue pelos agentes da CV Interilhas ao fazer a ordem de embarque.

A mesma fonte exemplificou com um caso mais recente, onde contou que as peixeiras que tinham ordem de embarque para a viagem de segunda-feira, 03, não conseguiram enviar o seu pescado e a única explicação que foi dada é que o carro de carga não se encontrava na ilha o que não permitia o embarque das cargas, ficando assim com grande quantidade de peixe no cais.

Conforme expôs, quando há grande quantidade de peixe o mercado da ilha é pequeno, sendo necessário exportar para a ilha do Fogo e de Santiago, mas sem a certeza de que as cargas vão ser enviadas no dia que consta na ordem de embarque o que tem causado vários constrangimentos para a classe e toda a sociedade.

Indignada, Sheila da Rosa considerou a situação como sendo uma “falta de respeito” com a Brava e com os produtores da ilha, porque segundo a mesma, as cargas são levadas mediante o pagamento de um valor cobrado pela CV Interilhas, defendendo que “não é nenhum serviço prestado de graça ou favor”.

E, quando o peixe não é levado, a peixeira avançou que têm de procurar gelo para conservá-lo porque nem sempre a quantidade que dispunham para embarcar não cabe em uma arca, o que acaba por comprometer a qualidade do pescado.

“Queremos vender o peixe em condições e conservado da melhor forma, mas se a CV Interilhas não cumprir com os compromissos em relação às cargas ficamos com dificuldades em conservar o peixe até o dia em que tiver possibilidade para embarca-lo”, enfatizou.

Adelino Morais, um pescador que também demonstrou a sua indignação realçando que esta situação está a prejudicar não só os pescadores e peixeiras, mas para as famílias, principalmente neste momento em que as aulas já se iniciaram.

“É disso que sobrevivemos, porque se as vendedeiras não conseguem enviar o peixe para a cidade da Praia ou para a ilha do Fogo não há venda e automaticamente não há rendimento para arcar com as despesas”, reparou o pescador, sublinhando que essa situação já é recorrente.

Perante tal situação, pedem aos responsáveis que analisem esta questão, apelando ao Governo alguma solução para este problema.

A Inforpress tentou contactar os serviços da CV Interilhas, mas não foi possível esclarecer esta situação.

MC/CP

Inforpress/Fim

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