Brava: Movimento Civil para as Comunidades Responsáveis (MCCR) reage sobre a “possível incineração” de cães na ilha

Nova Sintra, 26 Ago (Inforpress) – O MCCR reagiu hoje sobre a notícia da “possível incineração” de cães na lixeira de Favatal na ilha Brava, cujas imagens têm estado a circular nas redes sociais e o próprio autarca bravense já reagiu sobre o assunto.

Em nota de imprensa, o MCCR diz ter “apurado” alguns dos factos, salientando que foram dezenas de cães que foram abatidos, mas ainda não confirmaram o método que foi utilizado.

“É possível que tenham sido enforcados ou mesmo queimados ainda vivos”, realçou a nota.

Segundo a mesma fonte, o MCCR entrou em contacto com a vereadora responsável pela área, que relatou que a Câmara Municipal da Brava “fez um acordo”, segundo o qual disponibiliza viatura e meios para os criadores de gado que fazem a captura dos cães, actividade esta que já se encontra em curso há mais de uma semana.

Ainda, a nota sublinhou que a vereadora não soube informar sobre o número de cães já capturados e nem dos abatidos.

Até o momento, adiantou a nota que, de acordo com informações obtidas através da vereadora, somente quatro cães foram reclamados por seus donos e que “os restantes serão abatidos com medicamentos que a mesma não identificou”.

Sobre a “possível incineração” dos cães, os dois guardas permanentes “negam ter visto quando e por quem foram depositados e queimados os cães”.

“O pessoal das câmaras municipais, os captores que também executam os animais não têm formação alguma, nem são instruídos para os tratarem bem. Cometem as maiores atrocidades”, reforçou.

A nota aponta que os deputados municipais, vereadores e presidentes de algumas câmaras têm declarado “como necessidade” o abate dos cães para controlar a população canina e muitas vezes a pedido dos criadores de gado que, por sua vez, sentem-se gravemente prejudicados pela perda do gado, sendo este seu único recurso para a sobrevivência da família.

O MCCR lamenta a ausência de políticas públicas eficazes e em conformidade com os métodos actuais internacionalmente aceites, defendendo que a “prática portuguesa é exemplar e poderia ser adoptada, com a excepção do estabelecimento de canis que seriam insustentáveis financeiramente, ao tentar garantir as mínimas condições para os animais”.

“O MCCR condena profundamente os actos bárbaros ocorridos na ilha da Brava e nos outros concelhos seja pelas câmaras municipais, seja pela população impulsionada por emoções vingativas e raivosas”, finalizou, acrescentando que todos estes casos deverão servir de alerta, principalmente em épocas de eleições.

De realçar que o presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, reagiu às informações que têm sido veiculadas nas redes sociais, e em entrevista à Inforpress avançou que será aberto um inquérito para averiguação da situação e caso for verdade o responsável será punido.

MC/ZS

Inforpress/Fim

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