Nova Sintra, 06 Set (Inforpress) – O presidente da Fundação Brava Sustentável, José Gonçalves, disse hoje na localidade de Mato que as missões médicas que vêm a Brava são complementares e que não vão resolver os problemas de fundo na ilha.
José Gonçalves falava à imprensa em jeito de balanço do primeiro dia de intervenção da missão da Califórnia (EUA), para o reconhecimento de necessidades de saúde dentária de crianças e jovens em idade escolar, promovida pela Fundação.
Nesse primeiro dia, segundo informou o responsável, a missão conseguiu atender hoje, 250 crianças de Cachaço, Lomba, Nossa Senhora do Monte e Mato.
Destas 250 crianças, José Gonçalves realçou que cerca de 33 por cento (%) dos casos necessitam de cuidados e alguns casos até de “cuidados urgentes”, mas os dados concretos e finais só serão apresentados no final do dia 8, assim que conseguirem alcançar todas as escolas de Ensino Básico Obrigatório, jardins-de-infância e a escola secundária na ilha.
Tendo em conta estes dados apresentados hoje, este responsável foi questionado a sua visão sobre alguma melhoria na situação da saúde bucal na Brava, tendo em conta que a ilha possui “problemas graves” nesta área e não possui um profissional da área fixo na ilha, José Gonçalves, defendeu que é preciso ser “realista” e não criar expectativas além daquilo que é possível.
“Um tratamento dentário tem de ser estruturado dentro dos cuidados de saúde da ilha, a visita dos dentistas voluntários nas missões é um complemento e um suplemento”, disse este responsável, realçando que na realidade “não se pode esperar que vão resolver os problemas de saúde bucal existente na Brava”.
Segundo a mesma fonte, esta missão de reconhecimento está a fazer o levantamento das necessidades para poder dimensionar o tamanho da equipa, quantos dentistas, os tipos de problemas, os materiais que devem trazer para o tratamento das crianças.
E, reforçou que se caso houver em média 200 casos, a equipa que virá na próxima missão que poderá ser em 2023, pode tratar 100 casos por dia e daí seriam necessários dois dias de intervenções.
A expectativa, conforme evidenciou, é que estas missões possam vir à Brava pelo menos duas vezes ao ano, mas pela dimensão tem de ser pelo menos dois dias e não substitui o resto da necessidade que tem.
Mas para colmatar a necessidade e o problema de saúde bucal na ilha no seu todo, realçou que “é preciso que o próprio sistema de saúde nacional crie formas para que possa responder e tratar estas situações”, disse, relembrando que neste caso é preciso ter “visitas mais regulares”.
Entretanto, sublinhou que estas missões não vão trabalhar somente em intervenções curativas, mas principalmente na vertente preventiva, recordando que a abordagem desta Fundação é muito direcionada para o “preventivo”.
Neste sentido, adiantou que a missão que já se encontra na ilha, além de trabalhar no reconhecimento das necessidades bucais nas crianças, está a ensiná-las e também aos pais, a forma correcta de escovar os dentes, a importância de escová-los três vezes ao dia, alertando que a saúde bucal é “extremamente importante”.
A missão californiana, composta por dois profissionais de saúde dentária, é chefiada pela doutora Purobi Phillips, que representa uma organização sediada em São Francisco, na Califórnia.
No final desta visita de três dias de atendimento e análise da saúde bucal das crianças, próximo dia 8, vai ser realizada uma reunião para síntese dos resultados devendo ser assinado na altura um Protocolo entre a delegação e a Fundação Brava Sustentável.
Esta missão realiza-se a convite da Fundação, em parceria com a Delegacia de Saúde, a Delegação do Ministério da Educação e a Câmara Municipal da Brava.
Enquadra-se, no projecto +Saúde que inclui cinco eixos de intervenção, desenhados para oferecer uma melhor e mais saúde aos bravenses.
MC/CP
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