Nova Sintra, 21 Jul (Inforpress) – Um grupo de jovens tem em andamento desde o início do mês de Julho várias actividades desportivas, culturais e recreativas na zona de Furna, ilha Brava, para comemorar o dia da festa de Conakry.
Vanda Fernandes, membro da comissão organizadora do evento, explicou à Inforpress que esta festa “já é celebrada há vários anos e é uma brincadeira que retrata a emigração e a vida das pessoas que vivem no mar”.
“Temos um barco de pedra, construído há muito tempo, e no segundo domingo de Agosto, este ano será no dia 14, várias pessoas vestem-se de tripulantes, marinheiros e emigrantes para brincarem nesta embarcação”, adiantou.
Com esta “brincadeira”, segundo Vanda Fernandes, faz-se a simulação daquilo que é a vida do emigrante e o “grande dilema do povo cabo-verdiano: O querer ficar e ter que partir”.
Antecedendo esta festa, a comunidade de Furna está a receber um conjunto de actividades para crianças, jovens e adultos, a nível cultural e desportivo, e no final, haverá corrida de bote, natação, o pilon, entre outras que só vão culminar no domingo, dia 14 de Agosto.
Vanda Fernandes recordou que o objectivo “é não deixar a tradição morrer”, na medida em que são “brincadeiras que marcaram e marcam” a sociedade cabo-verdiana.
Tanto é que, “na organização, assim como nas actividades, temos a participação de pessoas de todas as idades e é uma festa que conta com muitos emigrantes de Furna”, finaliza a organizadora.
Além destas actividades, será feita uma homenagem que, segundo a organizadora, já é habitual em todas as festas de Conakry, onde homenageiam as pessoas que têm apoiado e contribuído para o desenvolvimento desta comunidade, e este ano o homenageado será José Martins, mais conhecido por “Fotche”.
Antes da festa de Conakry, no primeiro domingo de Agosto, dia 7, será comemorado nesta mesma localidade a Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos pescadores.
Quanto à festa de Conakry, Vanda Fernandes descreveu que o dia inicia com a celebração eucarística, pois é festejada nesta mesma localidade, Santa Helena. Depois, seguem-se as actividades na embarcação, seguido do almoço e o desfile tradicional, “tipo o de tabanca”, mas, de acordo com a organizadora, “é um desfile de tambores e coladeiras”.
“Neste dia recebemos coladeiras de quase todas as localidades da ilha Brava”, disse a festeira, sublinhando que “cada zona tem o seu estilo e ritmo de toca e de colá”.
“E é na festa de Conakry aqui na Furna que encontramos a oportunidade de realizar um intercâmbio entre as coladeiras e tamboreiros”, afirmou Vanda Fernandes.
A mesma fonte aproveita para pedir o apoio e o engajamento de todos na comunidade no sentido de se unirem e não deixar que esta tradição morra, pois, segundo Vanda Fernandes, além da ilha ter o histórico da emigração, esta comunidade, em específico, é a comunidade dos pescadores e de onde entram e saem pessoas através do cais, a única porta de saída e entrada da Brava.
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