Sal Rei, 08 Mar (Inforpress) – O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas considerou na Boa Vista que a recuperação do património que foi construído no período colonial é uma interpretação e construção da história de Cabo Verde.
Abraão Vicente, que se encontra de visita à ilha da Boa Vista, manifestou esta posição a propósito de debates ideológicos sobre recuperação de patrimónios que foram construídos em período colonial.
“Eu me posiciono, quando se diz que estamos a recuperar património da colónia ou do ex-colono é taxativamente errado, é historicamente errado, é sim uma interpretação da história de Cabo Verde”, declarou, pois, continuou, quando se reconstrói um património como este constrói-se a história de Cabo Verde.
“Nós fazemos parte como povo da construção de Cabo Verde e estes patrimónios fazem parte da história do cabo-verdiano, e esta é uma reposição que é preciso fazer porque vejo muitos debates ideológicos sobre a importância de recuperarmos património que foi construído em período colonial. A história de Cabo Verde não começa com a independência nacional”, concretizou o ministro.
Para Abraão Vicente, a independência nacional é o acto e o facto mais importante para a nação cabo-verdiana presente, mas que “não elimina o percurso” de todos os povos, de todas as famílias e de todas as gerações que contribuíram para a construção de Cabo Verde.
E, a título de exemplo, apontou que não se pode renomear o Forte Duque de Bragança, que é uma história do povo de Cabo Verde, em território cabo-verdiano.
Boa Vista, segundo o governante, poderá apresentar a sua história aos turistas e aos próprios cabo-verdianos a partir deste berço, Forte Duque de Bragança, e do museu arqueológico e subaquático, também de ecologia e de uma reserva natural marinha, a todo o mundo, a partir de um património que serve de base de casa para se contar a história da ilha.
VD/AA
Inforpress/Fim