Boa Vista: Presidente da câmara clama por mais e melhores parcerias

Sal Rei, 27 Abr (Inforpress) – O edil boa-vistense disse hoje que Boa Vista clama por mais e melhores parcerias e apelou ao Governo e parceiros de cooperação para ajudar alicerçar, com solidez e sustentabilidade o desenvolvimento num pacto de subsidiariedade para a ilha.

Cláudio Mendonça lançou este repto durante o discurso de abertura da Conferência Internacional de Parceiros, que acontece durante dois dias na ilha da Boa Vista, tendo manifestado satisfação e agradecimentos por a ilha acolher a Conferência de Parceiros.

“Boa Vista é a terceira maior ilha do arquipélago, é das menos densamente habitada, embora dotada de imensos recursos de desenvolvimento, suportado pelo turismo. A Ilha precisa e clama por mais e melhores parcerias, para ajudar a alicerçar, com solidez e sustentabilidade, o seu desenvolvimento”, afirmou.

Entretanto, o autarca admitiu que Boa Vista esteja desprovida de infraestruturas públicas e serviços básicos indispensáveis e, que, apesar de muito atraso em relação à retoma, a ilha acolheu, em 2022, cerca de 21% de turistas que visitaram Cabo Verde, ficando ainda bem abaixo dos números absolutos e relativos anteriores à pandemia.

Quanto ao turismo, considerou Boa Vista, “um diamante por lapidar”, e de entre as suas potencialidades, destacou a existência de cerca de 52% da extensão das praias de areia branca do país, vasta área de reservas naturais protegidas, diversidade de espécies endémicas e rica cultura, com destaque para a música, a dança, a literatura e a culinária, bem como orgulho da ilha ser onde nasceu a morna, hoje Património Imaterial da Humanidade.

Cláudio Mendonça aludiu à carência da ilha em termos de infraestruturas básicas, sem as quais observou, as potencialidades que ela dispõe poderão não ser potenciadas para atrair investimentos privados, por um lado e, por outro, e condicionar o próprio futuro da ilha com a degradação de condições sociais, ambientais e de segurança pública.

Daí que sublinhou que, tais investimentos públicos requerem esforços financeiros que ultrapassam a capacidade da autarquia local, e também a do governo central.

“A dimensão, a complexidade dos desafios e a atual conjuntura nos convida “a um djunta-mó” por Boa Vista e por Cabo Verde, em benefício das gerações presentes e futuras”, reiterou, indicando que Boa Vista reúne, sozinha, oportunidades económicas e condições básicas essenciais para realizar certos investimentos públicos transformadores e catalisadores, para atrair avultados investimentos privados, necessários à aceleração do ritmo do desenvolvimento e ao alívio do desemprego jovem no país.

O presidente da CMBV falou ainda na necessidade de um hospital devidamente equipado, com recursos humanos que dê resposta à demanda da ilha, requalificação urbana do Largo Santa Isabel e da Orla Costeira de Estoril – Praia de Diante e Praia de Cabral, saneamento, rede de esgoto de Sal-Rei e aterro sanitário da Ilha.

Destacou ainda como prioritário aumento da capacidade de produção e a custos mais baixos e extensão das redes de distribuição electricidade e água, bem como extensão e iluminação da pista, expansão da área de movimentação de passageiros e equipamento de aproximação e descolagem dos aviões no Aeroporto Internacional Aristides Pereira.

O autarca local almejou que na presença inédita, em simultâneo, da comitiva governamental, com destaque para aqueles que tutelam os departamentos responsáveis pelas finanças, planeamento, infraestruturas, transportes, turismo e saneamento e saúde, áreas que mais condicionam o desenvolvimento da Boa Vista, bem como de parceiros externos que têm dado importantes contributos para o desenvolvimento de Cabo Verde, possa levar a profunda reflexão sobre o que tem sido e, sobretudo, o que deverá passar a ser a Ilha da Boa Vista.

Cláudio Mendonça reconheceu a oportunidade que a conferência representa para Cabo Verde e para Boa Vista em particular, e garantiu que a câmara continuará engajada na implementação dos seus resultados, mostrando-se convicto de que contribuirão para realizar o PEDS-II, e para a ambição 2030.

VD/CP

Inforpress/Fim

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