Sal Rei, 13 Dez (Inforpress) – Dezenas de pessoas saíram na terça-feira às ruas numa manifestação, para reivindicar do Governo o pagamento do dinheiro das indemnizações por expropriações dos terrenos na ilha da Boa.
Os manifestantes, proprietários e herdeiros de terrenos expropriados na ilha de Boa Vista, de cartazes em punho e em voz única com frases reivindicativas percorrem as ruas da cidade de Sal Rei para reclamar o pagamento das indemnizações que dizem esperar há vários anos.
Um dos manifestantes, Herculano Andrade, disse à comunicação social que tem vindo a tratar deste processo desde o ano 2000, e que já está cansado de “mentiras e injúrias” do Governo que não cumpre as promessas de pagar o que lhe é devido.
“Estou aqui para discutir o meu direito. O Governo já prometeu até o dia do pagamento que nunca se concretizou. Já não consigo continuar nesta injúria de tratar dos documentos (…) Quando conluio um processo de burocracias, pedem-me para tratar de outros papéis”, afirmou, avançando que este ano completam-se 21 anos a tratar da burocracia deste processo.
Este herdeiro contou que até então não recebeu “nenhum centavo, prometendo que já não vai perder o seu tempo tratando de mais de nenhum documento”.
Aos 83 anos, Herculano Andrade diz que já não pode continuar a suportar “mais mentiras e promessas”.
“O que foi dos meus avós e dos meus pais, é de mim e da minha família e não do Governo”, pontificou.
Outra herdeira de terreno, Luísa Mosso, lamenta que a sua progenitora faleceu sem a sorte de conseguir vencer a luta de conseguir a sua indemnização.
“A minha lutou muito para isso”, afirmou ao mesmo tempo que pedia para que se captasse a imagem de um cartaz que empunhava onde se constava escrito um ponto de interrogação.
Luísa Mosso afiançou que está com os pés assentes neste protesto e promete não arredar os pés sem receber o dinheiro da indemnização do terreno onde se localizava uma horta que pertencia à mãe.
“No dia 01 de Abril de 2019, tivemos um encontro com o ministro das Fianças, no Centro da Juventude, onde afirmou que começaria a efectuar os pagamentos e que terminava este ano. Já saíram três listas e ainda nenhum de nós recebemos os pagamentos”, relembrou, dirigindo-se ao Governo, mais precisamente ao monstro das Fianças, Olavo Correia.
É que no entender desta manifestante, se o ministro das Fianças, Olavo Correia, afirmou há tempos que “Cabo Verde tem dinheiro à vontade, que há verbas”, já chegou então a hora de os pagar.
“Não queremos esperar mais”, clamou Luísa Mosso, que questiona e pede esclarecimentos sobre as razões deste atraso.
Entretanto, a mesma avançou que caso não se efectivar as efeminizações devidas, pretendem mobilizar mais pessoas e ameaçam não votar.
VD/JMV
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