Sal Rei, 08 Jun (Inforpress) – A ilha da Boa Vista conta a partir de hoje com o Museu de Arqueologia Subaquática, na cidade de Sal-Rei, instalado na antiga Alfândega, edifício requalificado pelo Governo, cuja inauguração foi presidida pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
O Museu de Arqueologia Subaquática, localizado na orla costeira da Praia d´Diante, na cidade de Sal-Rei, fica instalado na antiga Alfândega, edifício histórico reabilitado e requalificado com financiamento do Governo de Cabo Verde, através do Plano Operacional do Turismo (POT), em 12 milhões de escudos, do projecto Margullar2, no quadro do Programa MAC 2014-2020, num montante de 3 milhões de escudos, e pela Câmara Municipal da Boa Vista, no valor de 800 contos.
Na cerimónia da inauguração, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, referiu que o museu acrescenta mais um património reabilitado, restaurado, o que significa que se trouxe para Boa Vista um valor “muito alto, moderno, com qualidade”, que servirá a comunidade local, escolas, o turismo, e pessoas que queiram ter conhecimento de parte da história da ilha e do país.
“Este museu está com bom nível e pode ser apresentado em qualquer parte do mundo, o que representa um valor acrescido. E faz justiça dado à necessidade de devolução de peças arqueológicas subaquáticas que estão no museu da Praia, mas que foram encontradas em naufrágios na Boa Vista”, considerou, recordando que o Forte Duque de Bragança, inaugurado na quarta-feira,07, faz parte de um trabalho meritório que passa a ser uma referência turística.
O chefe do Governo assinalou, por isso, que apostar no turismo significa fazer a reabilitação, restauro e requalificação do património histórico, cultural e religiosos para não deixar que a degradação faça desaparecer parte da história e património do país, enaltecendo estes géneros de investimentos que o Governo tem vindo a fazer.
Para o presidente da Câmara Municipal da Boa Vista, Cláudio Mendonça, considerou que se trata de um acto importante para o país e para a ilha, e congratulou-se pela sua concretização, indicando que o património cultural agora inaugurado “veio em boa hora” para acompanhar a dinâmica do crescimento e desenvolvimento da ilha.
“É um projecto que honra a todos e que desde a primeira hora foi reconhecido e acarinhado pela gestão camarária que, em consciência, sempre defendeu que o edifício dotado agora das novas valências deveria ser melhor rentabilizado”, afirmou, referindo que se está perante uma realização meritória que contribuirá para promoção cultural, conhecimento da história, e identidade do país, como um povo e de todos que visitam a ilha.
O edil da Boa Vista mostrou-se satisfeito com a criação das novas valências da infraestrutura, acreditando que será mais uma peça de muitas engrenagens para que Boa Vista tenha um desenvolvimento mais integrado.
A presidente do Instituto do Património Cultural (IPC), Samira Silva, disse que a instituição qua dirige está satisfeita com a realização deste trabalho e que se está a devolver à ilha da Boa Vista parte do património que já tinha sido exposta na Praia, nas ilhas de São Vicente e Sal.
A responsável congratulou-se por ter chegado o momento de devolver este património retirado da Boa Vista para ser primeiramente parte da história da comunidade local, poder servir também a comunidade estudantil, visitantes, e aos turistas que, além do turismo de sol e praia, poderão entrar em contacto com parte da história de Cabo Verde que está exposta no museu.
O espólio do museu é constituído principalmente por objectos recuperados em prospecções subaquáticas realizadas entre 1995 e 2001, em diversos naufrágios de embarcações de várias nacionalidades que ocorreram na Boa Vista, ilha que alberga o maior número de naufrágios.
Os dados referem que dos 149 objectos identificados, catalogados e georreferenciados, 49 são da Boa Vista, e mais de 8.000 artefactos existentes no Museu de Arqueologia da Praia, 80% são provenientes da ilha.
VD/JMV
Inforpress
